Pout pourri de slides

Pout pourri de slides
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"Eu tinha uma apresentação vital para fazer em minha carreira, mas o material que havia preparado estava muito aquém do desejado. O bom-gosto e a experiência da Manuela Loddo me ajudaram a garantir o emprego e mudar de vida. Até a insegurança na hora da apresentação fica menor quando se tem um material sensacional para projetar."
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Universidade de Brasília
"A gente é suspeito por fazer propaganda em família. Mas a Manu tem me ajudado muito com as apresentações que faço no trabalho. Desde a estruturação dos assuntos até a organização visual. Uma boa apresentação facilita o apresentador e prende a atenção do público. Sempre recebo elogios pois todos acompanham com facilidade as apresentações. Obrigada, Manu!!!"
Carolina Loddo
Data Processing Engineer - EUMETSAT

Postagem em destaque

Quer melhorar suas apresentações? Fale comigo!

Resolvi oferecer o serviço a você, que anda levemente desconfiado de que tem gente dormindo durante suas apresentações. Viram os depoimen...

sábado, 22 de outubro de 2016

Tempos difíceis pra mim

Caros leitores, devem ter notado que voltei a escrever com assiduidade no blog depois do curso Organização para Blogueiros, de Thaís Godinho. No entanto,   desde 5 de setembro, minha vida deu uma guinada. Apareceu um câncer de vesícula com metástase no fígado e vias biliares. Estou focada no tratamento. Fiz vários exames e agora comecei a quimioterapia. Ando sem ânimo pra atualizar o blog pela falta de saúde mesmo. Peço desculpas aos leitores. Quando me sentir melhor, vou procurar ficar antenada no assunto pra compartilhar descobertas com vocês. Fiquem com Deus. Rezem por mim. Namastê!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Helvetica

Ontem comecei a ver o documentário Helvetica, no You Tube. Um amigo me havia falado desse vídeo, mas fiquei adiando porque imaginava que chatice seria um documentário inteiro sobre uma única família tipográfica.

Mas Helvetica tem um significado enorme para o design pós guerra. Helvetica possibiliou uma nova visão de uso de tipos em sinalização, publicidade e design para todos os usos.

Impressiona a quantidade de produtos que usam essa fonte em sua identidade visual. Metrô de Nova Iorque, projeto de 1966. Toyota, BMW, American Airlines e um mundo de empresas e produtos cuja imagem se manifesta por escrito com Helvetica. Letreiros pelo Times Square e em Amsterdã. Sinalização urbana pelo mundo.

No documentário, depoimentos interessantíssimos de grandes designers que atuam desde os anos 50. O responsável pela identidade visual do metrô de NY dá uma lição de estética e de design. O filho do criador da família Helvetica cinta detalhes da criação dessa família tipográfica que nunca sai de moda. Genial.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Aforismos simplificando suas mensagens

Fiquei um tempinho afastada do blog. Tirei umas férias do trabalho, e também do blog. Dediquei-me ao ócio. Segundo Hobbes:

A ociosidade é a mãe da filosofia.

Hoje, resolvi subir as escadas de casa para o ambiente onde trabalho e olhar para minha mesa, ainda cheia de livros que usei na minha última oficina. Ia guardar os livros, mas tenho o péssimo hábito de abrir e começar a ler. O tempo passou, a bagunça ficou. E tome inspiração.

Peguei um livro de que gosto muito e que não sei por que motivo ainda não estava na biblioteca do blog. Ele trata de um assunto que tem tudo a ver com apresentações. É um livro sobre aforismos, que se chama O mundo em uma frase. Incluí a imagem com um link para resenha no site da Livraria cultura, aí na coluna da direita (biblioteca do blog).

Aforismos são atemporais. Umberto Eco define aforismo com um aforismo:

Não há nada mais difícil de definir do que um aforismo.


Dizem que aforismo é arte feita com poucas palavras. O fato é que eles sobrevivem ao tempo. No livro de Geary, há uma breve história dos grandes escritores de aforismos, que começa com Epicuro (371-270 AC), com esta beleza de aforismo:

Um homem é rico em proporção às coisas que pode dispensar.

Isso nos convida a pensar: quantas palavras você pode dispensar de seu slide para torná-lo mais simples e portanto mais rico?

Difícil enxugar um texto. Por isso gosto tanto de aforismos. Podemos pesquisar sites na internet só sobre aforismos e ver se algum deles casa direitinho com nossa mensagem. Esse do Umberto Eco eu tirei do citador, onde se pesquisam citações por temas ou palavras. Tudo bem, nem tudo ali são aforismos, mas são frases de sabedoria também.

Os aforismos nos passam conceitos importantes que atravessam o tempo. Como os provérbios. Todo mundo entende. E eles têm um poder de encantamento. Ou seja, têm mais um elemento das características das mensagens que colam, dos irmãos Heath, a surpresa, além da simplicidade. Segundo Geary,

" Ler um bom aforismo é como assistir a um truque de mágica: primeiro vem a surpresa, depois vem o encantamento, depois começamos a nos perguntar como o mágico fez aquilo."

Usem aforismos. Abusem deles. São lindos, encantadores, simples e sempre irão surpreender suas plateias. Se forem bem escolhidos, claro.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Mais uma oficina que deixa saudade

Assim como as Olimpíadas estão chegando ao fim e aquele gostinho de saudade já começa a aparecer, minha semana termina com a sensação de dever cumprido, e também de saudade. Uma turma muito dedicada, interessadíssima, participativa, e super profissional.

O resultado? Aprendizado na veia. Belíssimas apresentações. Palhetas de cores de super bom gosto, e tudo escolhido com técnica e critério.

Apresentação sobre educação financeira:



E as mensagens? Verdadeiros slogans.

Apresentação sobre reuniões produtivas:

Reunião sem objetivo definido é sala de bate papo

Apresentação sobre engenharia social:

Se você não gosta que contem seus segredos, por que contar os de sua empesa? 

E o que falar das metáforas escolhidas... O grupo que elaborou apresentação sobre liderança utilizou de modo apropriadíssimo a metáfora do maestro e sua orquestra. O tempo todo, a linguagem escolhida vinculava líderes a maestros, subordinados a músicos.

Exemplos: "dê feedback tanto negativo quanto positivo. O maestro deve usar a batuta para cutucar suavemente, mas também para acariciar e elogiar."

"Prepare sucessores (imagem de um bebê com as mãos sobre um piano, tão linda que nem fotografei), pois um sucessor não preparado fica como um bebê que bate nas teclas do piano mas não sai qualquer música."

Confesso que a turma me surpreendeu da melhor forma possível. Me senti realizada esta semana, e agradeço a esse pessoal tão brilhante que se apropriou do conteúdo plenamente.

Saio de férias com a sensação de dever cumprido, e já com saudade desse pessoal tão profissional.







terça-feira, 16 de agosto de 2016

Uma aula de princípios com técnicas de andragogia

Hoje foi dia de princípios. Princípios de design, os oito princípios de cognição de Kosslyn, os cinco princípios do design analítico da informação de Tufte, a teoria da carga cognitiva de Sweller.

Para tornar a aula mais participativa, e dentro de princípios (mais princípios) de andragogia, elaborei dois jogos: o jogo dos princípios e o jogo dos diagramas.

E descobri que fica bem mais fácil e divertido o aprendizado dos princípios quando as pessoas se esforçam para juntar nomes com definições e exemplos, e depois discutir.

Assim como quando recebem um texto para transformar em diagramas.







Saíram-se super bem, e tenho certeza de que muito do que antes era lero lero com bullet points em suas apresentações, amanhã será um lindo e eficiente diagrama.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Nova turma iniciada!

Hoje iniciei a semana com mais uma turma da Oficina Design de Apresentações. A turma parece bem animada, e sei que vou, como sempre, aprender mais do que compartilhar conhecimentos.

Nesta edição, procurei incluir mais recursos de andragogia. O que é isso? Bem, no início do semestre, tive a oportunidade de participar de um curso de formação de facilitadores, ministrado por profissional da AferoLab.

A andragogia ensina a gente que os adultos têm jeitos diferentes de aprender, e eles aprendem melhor quando são conduzidos a fazer suas próprias descobertas, discutindo e buscando soluções para problemas dados. Não existe professor, mas facilitador do processo de aprendizado. E existem dinâmicas, muitas dinâmicas, que ajudam o facilitador a direcionar o aprendizado.

Depois do treinamento, resolvi que deveria trocar alguns momentos de aulas, ou mais precisamente, exposições dialogadas, por momentos de interação e descoberta. Deu um trabalho grande, e vou fazer a experiência ao longo da semana.

Para o conteúdo de princípios de design, por exemplo, bolei o jogo dos princípios. Tem ainda o jogo dos diagramas, as cartas de efeitos óticos... E todos eles servem para aprender conceitos de um jeito diferente e lúdico.

Espero que funcione. Até agora, o feedback tem sido positivo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Fontes gratuitas

Recentemente descobri duas dicas de sites de fontes para baixar, muitas delas sendo com licença creative commons.

O primeiro é o Font Squirrel. De fácil navegação, oferece opções de busca por tipo de fonte. Assim, como costumo recomendar fontes sem serifa para uso em apresentações, fiz uma busca rápida somente na biblioteca Sans Serif, e descobri fontes belíssimas, diferentes do que a gente costuma ver no PowerPoint.

Este é o menu superior do site, mas tem um menu lateral onde a gente busca por filtros. Assim como especifiquei Sans Serif, poderia escolher que tipo de Sans Serif, e em que idioma, pois há bibliotecas de fontes que não oferecem caracteres como o "ç" e o "~". Também oferecem muitas fontes a preços bem interessantes, e acho que pagar um pouquinho por uma fonte diferente, elegante e de boa qualidade é uma coisa que a gente sempre tem que considerar, pois uma bela tipografia faz toda a diferença no design.

O segundo é o Da Font, que tem a homepage com excelente usabilidade. Já mostra tudo o que você pode pesquisar, e de cara oferece ajuda para instalar as fontes, e tudo no cabeçalho da página! 

Fiz uma pesquisa rápida nas fontes Sans Serif e testei uma bonita que encontrei. Assim como o Font Squirrel, dá pra fazer um teste, só que com mais caracteres do que o Font Squirrel. Vejam que fonte elegante para uma bela apresentação.

É isso! Esta é minha dica de hoje. Para saber o que é TTF, OTF e outras letrinhas que aparecem na classificação das fontes, recomendo minha postagem Mais sobre fontes, onde descrevo essas diferenças.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

Infográfico Neymar x Marta

Cada dia mais impressionada com o desempenho de Marta. Nossos dois ídolos do futebol têm o mar nos seus nomes, já notaram?

Esse fato me deu inspiração para um infográfico bem simples. Busquei informações para ver quem tinha melhor desempenho com a camisa do Brasil. Ele, cujo nome termina com MAR, ou ela, cujo nome começa com MAR.

Vejam o resultado:

O arquivo original foi feito em Excel. Busquei informações na wikipedia. As de Neymar eram mais atualizadas do que as de Marta. Isso já me deixou irritada. Fiz questão de incluir os dois gols olímpicos de minha ídola pra ficar mais atualizado.

Depois de buscar os dados e inserir no Excel, criei um gráfico de barras e editei um pouco o estilo.

Copiei e colei no PowerPoint, onde fiz o restante da formatação, por exemplo, o contraste mais forte do preto com cinza por trás do gráfico, e as legendas dentro das barras.

Escolhi tons de preto e cinza para não brigar com o já meio espalhafatoso verde e amarelo, que busquei rebaixar bem pra não ficar gritante.

Optei pela clássica Gill Sans, que não sai de moda jamais e é sempre um hit em todas as temporadas. Digamos que seja um Channel do mundo da Tipografia.

domingo, 7 de agosto de 2016

Palheta de cores colorlovers

O site colorlovers é uma delícia. Tanta gente que gosta e entende de cor oferece tanto texturas como palhetas de cores super elegantes e bem combinadas. Não estou falando de moda, mas por que não buscar inspiração em campos diferentes para nossas apresentações?

As pessoas fazem suas palhetas baseadas nas mais variadas inspirações. Nós também podemos criar palhetas e texturas e compartilhar, que também podemos usar em nossas apresentações.

Eu, por exemplo, acho que apresentações com tons mais neutros dão espaço para a gente brincar mais com as imagens. Assim, busquei inspiração numa pesquisa do colorlovers do mundo da moda, navegando por trend colors.

Escolhi esta palheta de cores:



Que veio desta inspiração do universo fashion:

Busquei um template que mostra bem as cores do PowerPoint. Na aba Temas, fui a cores, saí modificando os códigos RGB conforme a palheta do colorlovers, salvei com outro nome e vejam que palheta para apresentação mais elegante:

A dica é usar poucas cores, bem combinadas e com bom contraste. O resto são imagens e conteúdo. Nunca atrapalhe seu conteúdo com um carnaval de cores. Veja que moça mais elegante em tons nude. Aplique essa elegância a suas apresentações e faça sucesso!




sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Slideshare ainda não carrega animações

Como devem ter notado, no post sobre como apresentar EAP no PowerPoint, carreguei uma apresentação no Slideshare e publiquei o link.

No entanto, como o arquivo só faz sentido com efeitos de animação e transição de slide, não funcionou no Slideshare. Achei que era um problema entre o teclado e a cadeira, o que é bem comum no meu caso.

Mesmo assim, como não foi a primeira vez que passei por esse problema, resolvi pedir ajuda pelo link de suporte do Slideshare. Replico abaixo a resposta que me deram. Fiquei triste porque de fato é uma limitação do Slideshare. Mas aliviada porque o problema, no fim das contas, não era comigo.

Assunto: Efeitos de animação no slideshare [160804-008138]

Resposta (05/08/2016 04:29 CST)
Olá Manuela Nogueira,

Obrigado pelo e-mail.

Infelizmente, este recurso não se encontra disponível no presente momento. Só é possível publicar slides estáticos no SlideShare.

Seu feedback foi enviado à nossa Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento para futura consideração.

No futuro, você pode enviar suas sugestões para nós ao clicar em Enviar feedback, à direita da sua página inicial. Desta forma, seus comentários serão enviados diretamente à equipe apropriada.

Gostaria de convidá-lo para ler o Blog do LinkedIn em http://blog.linkedin.com para ficar a par das mais recentes notificações sobre melhorias ao site. É a nossa maneira de mantemos os usuários de nosso site informados sobre o interessante trabalho que estamos realizando nos bastidores.

Agradecemos o seu feedback e acreditamos que, juntos, podemos criar ótimos produtos para todos.

Manuela Nogueira, caso tenha mais alguma dúvida, por favor não deixe de nos contactar.   
Tenha um ótimo fim de semana!

Atenciosamente,

Adryan
Atendimento ao cliente
Usuário (04/08/2016 14:31 CST)
Assunto: Efeitos de animação no slideshare

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Nove dicas para falar bem em público

Ando buscando referências para o blog. Descobri que o slideshare é uma mina de ouro para aprendermos sobre um pouco de tudo, inclusive  e especialmente sobre apresentações. Estou colecionando slides e pedindo autorização para usar aqui no blog.

Por enquanto, vou compartilhar umas dicas bem legais de uma empresa que descobri no slideshare.

A partir de uma versão do texto Really Bad PowerPoint, de Seth Godin (veja na lista de referências, tem o link para o texto completo, final da tela à direita), descobri uma empresa, a High Spark, que elabora apresentações profissionais (nos EUA eles levam isso a sério, aqui todo mundo pensa que saber fazer bons slides).

Naveguei no site deles e também no blog, e resolvi traduzir um post sobre essas nove dicas para o bom apresentador. Não são exatamente sobre design de apresentações, mas têm relação direta com o assunto, pois pra que servem os slides senão para engrandecer um apresentador?

Infelizmente, as pessoas usam slides como muletas, os fazem para si, para ter uma colinha na hora de apresentar. Péssimo. O melhor dos mundos seria de fato se não usassem muletas, se todos fossem grandes oradores, e conseguissem encantar somente com seu discurso, seu carisma e seu conteúdo. Mas como parece que no mundo das apresentações o PowerPoint precisa estar ali, ele virou muleta.

Aí vai um resumo das nove dicas:

1.  Ensaie, ensaie, ensaie
Em frente ao espelho, para um amigo, para seu cachorro. Só assim você exercita sua massa cinzenta par se lembrar do que deve dizer. Isso também ajuda a estabelecer os momentos de pausa ou de entonações para criar ênfase em momentos específicos.

2.  Peça feedback
Ainda na linha do ensaio, pratique com familiares e amigos e peça a eles feedbacks de sua palestra. Se fala muito rápido ou devagar, como está sua entonação, se é muito monótono... Grave seu discurso para ouvir seus erros. Assim poderá corrigi-los.

3. Articule bem as palavras
Sabe aquelas pessoas que a gente acha difícil de entender? O que fazemos depois de um tempo? Desistimos de prestar atenção, porque é tão difícil entender o que elas dizem, que a gente acaba achando que o conhecimento delas não vale a pena também. De nada adianta ser o cara mais craque em determinado assunto, se você não consegue se fazer entender. Para persuadir, tem que ser entendido.

4.  Evite ler muito os slides ou papeis
É um erro muito comum, cometido especialmente por quem não praticou seu discurso. Toda vez que você lê, seus olhos desviam da plateia para o objeto da leitura, e você perde o contato visual. É o gancho para que parem de prestar atenção em você. Além disso, evidencia seu despreparo, reduzindo a credibilidade das pessoas em você como orador para aquele determinado assunto.

5.  Evite filtros vocais
É... Na verdade... Como... Tipo assim... Basicamente... Então...Sabe... Essas palavrinhas chatas que usamos pra preencher "vazios" reduzem seu poder de orador. Evite-as. Veja a mesma coisa dita com e seu esses filtros:

I. Com filtros vocais: "Na verdade, eu diria que ter um animal doméstico é assumir responsabilidade, entende. Sabe, eles precisam de seu tempo, de um ambiente limpo, de alimento na hora certa, e, claro, de sua companhia, coitados."

II. Sem filtros vocais: "Ter um animal doméstico é assumir responsabilidade. Eles precisam de seu tempo, de um ambiente limpo, de alimento na hora certa e de sua companhia."

6. Conte uma história genuinamente emocional
As pessoas nem sempre irão se lembrar do que você disse, mas certamente se lembrarão de como você as fez se sentir. Se contar uma história pessoal que tem relação com seu discurso, seja ela triste ou feliz, sua plateia será capaz de sentir seus sentimentos genuínos. Isso cria uma conexão imediata e duradoura entre você e sua plateia. Não tenha medo de se mostrar um pouco vulnerável.

7. Conecte-se com uma pessoa de cada vez
Grandes discursos são como conversas olho no olho com cada pessoa da plateia. É melhor olhar no olho de uma pessoa por vez do que ficar olhando para o chão enquanto fala. Essa conexão visual faz com que as pessoas se sintam importantes.

8. Vista-se para impressionar
A regra é que o apresentador deve sempre estar vestido com um nível de formalidade acima de sua plateia. Escolha um modelo que faça com que se sinta bem e ao mesmo tempo confortável. Lembre-se de que você já estará nervoso, então uma roupa que incomoda só vai piorar tudo. A roupa deve fazer com que você sinta mais confiança em si mesmo.

9. Veja muitas palestras do TED
Os melhores vídeos para para ajudá-lo a ser um bom palestrante estão lá. Escolha com base nos mais bem avaliados, observe o estilo do apresentador, veja com qual deles você se identifica, observe como eles interagem e se conectam com suas plateias do início ao fim, como se posicionam no palco, enfim, aprenda com quem entende. Anote as coisas legais deles que você vai implementar e pratique pra ver se funciona com você.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Sobre textos em maiúsculas

"Ah, mas caixa alta é tão lindo, eu adoro!" Ouvi esse comentário de uma pessoa que me pediu para analisar o projeto gráfico de um relatório. Agora vou tentar explicar razões para não escolhermos deixar o texto todo em caixa alta, ou em maiúsculas.

1. A norma culta da língua portuguesa. Só devemos usar maiúsculas no início de períodos (após o ponto final ou as reticências); cm nomes próprios; em siglas. Usar em outros casos é desrespeitar a gramática.

2. Textos em maiúsculas têm pouca legibilidade. Se fosse para escrever em maiúsculas, para que serviriam as minúsculas? Ocorre que os tipógrafos, que são os caras que desenham tipos, ou letras, têm o maior trabalho para desenhar suas famílias tipográficas. Uma das coisas que eles consideram é a legibilidade. A rapidez na leitura, dada por nossa capacidade de diferenciar com facilidade uma letra da outra e assim formar palavras (conceito muito bem descrito por Lucy Niemeyer, veja o livro na lateral direita do blog).

As letras minúsculas, ou em caixa baixa, têm hastes verticais e horizontais, cuja função é justamente facilitar a distinção entre os caracteres. Assim, o "p" tem uma perninha para baixo (haste descendente), e o "d" tem uma perninha para cima (haste ascendente). Ah, tá, quer dizer que o "d" é um "p" plantando bananeira? Ou será que o "p" é que é um "d" de ponta-cabeça? Tanto faz, o que importa é que a gente bate o olho e percebe a diferença, identificando rapidamente quem é quem, p ou d.

p    d 

Note que a haste descendente faz o p ter altura diferente do d, que tem haste ascendente. Isso é feito para facilitar a leitura. Agora olhe as mesmas letras em maiúsculas:

P      D

Elas têm a mesma altura. Quanto temos um texto inteiro em maiúsculas, fica difícil diferenciar uma letra da outra, e a gente demora mais a ler. Perde-se em rapidez na leitura, ou legibilidade.

VEJA EM QUANTO TEMPO VOCÊ CONSEGUE LER ESTE TRECHO TODO EM MAIÚSCULAS.

Agora veja em quanto tempo você consegue ler este trecho todo em minúsculas.

Notou como todas as letras do texto em maiúsculas têm a mesma altura? O texto vira um bloco, a gente até pode chamar isso de "texto blocado". Está no jargão. E você não vai chamar a atenção se fizer isso. Só se for pela grosseria, afinal, temos também um terceiro motivo para não escrever textos em caixa alta:

3. É falta de educação. Convencionou-se que, na comunicação eletrônica, todas as vezes que alguém escreve em maiúsculas, é como se estivesse gritando. Se não quer ser rude, não escreva em maiúsculas.

Finalmente, um brinde. Convencionou-se denominar as maiúsculas como caixa alta e as minúsculas como caixa baixa. Sabem de onde vem isso? Das gráficas. Nas gráficas convencionais (não as digitais), os caracteres tipográficos, originalmente em madeira e posteriormente em chumbo, são dispostos em caixas. As maiúsculas ficam em cima, nas caixas mais altas, e as minúsculas embaixo, nas caixas mais baixas.

A imagem abaixo é do Wikicommons, com licença de domínio público. Vejam muitas imagens bacanas aqui.



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tipografia: como escolher

A leitora Ana Kelly pergunta como escolher a tipografia para suas apresentações. A pergunta dela pra mim veio como sugestão, e ela foi contemplada com um exemplar do meu livro, conforme o regulamento da Promoção número 1!

Lembro-me de haver redigido algumas postagens sobre tipografia, mas como o blog é muito antigo, e minha cabeça já não funciona lá essas coisas, usei minha intuição e a muleta mais preciosa em tempos de excesso de informação: a caixa de busca. Sim, ela é uma ajuda e tanto. Sei que ela fica escondidinha no canto superior do blog, e pode ter passado despercebida, então fiz uma imagem de ajuda pra quem não viu a caixa de busca, olha ela aí:



Preenchi a caixa de busca do blog com o termo "tipografia", e veio o que imaginava. Eu já havia feito uma postagem bastante exaustiva sobre fontes Open Type e True Type. E também encontrei bons sites especializados, com excelentes dicas. O resultado da busca está aqui. Basta rolar a tela.

Agora, vamos ao que os autores especialistas dizem sobre fontes para slides. Extraio o texto de um livro chamado Design de Apresentações (que coincidência):

"A abordagem do texto nos slides deve seguir dois critérios: simplicidade e legibilidade. A simplicidade se consegue com a síntese do conteúdo e a busca pela essência das mensagens. A legibilidade se consegue com a escolha adequada da tipografia.

Os tipos sem serifa facilitam a leitura de textos a distância. Esses tipos têm boa legibilidade a distância porque suas hastes são mais espessas do que as dos tipos serifados. Obviamente, a legibilidade também está relacionada ao tamanho das letras, o entrelinhas, o entreletras, os alinhamentos e o corpo escolhido, que deve ser suficiente para ser lido a distância.

A serifa dificulta a leitura da imagem projetada. Os tipos serifados têm hastes que variam em espessura, e próprio desenho da serifa, que facilita a diferenciação entre os tipos na mídia impressa, é um elemento gráfico a mais na leitura projetada, e tudo o que 'sobra' visualmente deve ser evitado em slides.

Duarte (2008) recomenda não mais do que dois tipos de famílias de fontes para cada apresentação.

A imagem abaixo mostra, na fila superior, três tipos sem serifa e, na fila inferior, três tipos com serifa.


Se não for possível o uso de uma única família, use uma sem serifa com uma de serifa mais grossa (veja abaixo a diferença).


Esses tipos com serifa grossa, quando escolhidos com os devidos cuidados, oferecem boa legibilidade porque têm as hastes mais espessas. Mesmo assim, para promover o contraste, deve-se cuidar da diferenciação clara entre os tipos, como o desenho da letra 'a' minúscula."

Duas fontes em serifa não promovem contraste suficiente, porque são muito parecidas. É esse o motivo pelo qual a gente ou usa um só tipo na apresentação toda, e sem serifa, ou opta por uma segunda família para títulos, por exemplo, ou destaques, textos menores, utilizando uma com serifa grossa, como sugerido.

Ah, e se usar uma única família, pode estabelecer hierarquias com o uso das versões Light, Normal, Bold, Italic etc. Só não vale distorcer as fontes.

Pretendo escrever mais sobre o assunto, como por exemplo a questão do uso de maiúsculas e minúsculas. Obrigada, Ana Kelly!





domingo, 31 de julho de 2016

EAP no PPT

Confesso que fazer isso no PowerPoint dá um trabalhinho. Mas depois que a gente pega o ritmo, fica fácil. Vamos lá. Para fazer uma EAP no PowerPoint e ela ficar apresentável, a gente tem que raciocinar o seguinte:

1. Seu público precisa ter a noção do todo.
2. Seu público precisa ter a noção do detalhe.

Sua EAP é um diagrama complexo. Cheio de detalhes. Digamos que seu Projeto X tenha sete entregas, e cada uma outras tantas subentregas, com seus prazos e custos.



Não pense que se mostrar um slide com todas as entregas, seu público vai conseguir ler aquelas letrinhas minúsculas.

Você vai ter que fazer um esforço para mostrar o todo, e depois dar zoom e mostrar a primeira parte, a Entrega 1. Explica as subentregas no slide da Entrega 1 e volta o zoom para o diagrama. Vai repetindo a operação de zoom in e zoom out até que tenha terminado de explicar as sete entregas.

Nossa, mas ficou com 29 slides! Não tem problema, você só vai ficar parado em oito deles: o do diagrama completo, e cada um dos sete slides de cada etapa. Os outros são apenas ajudas visuais para não perder a referência do todo com as partes, e seu observador saber onde está. Vai que ele dá um cochilo entre a primeira e a terceira etapa. Com essas animações, ele vai acordar e vai saber onde está.

Publiquei no Slide Share, neste link. Pra variar, o que não é novidade pra mim, os efeitos de fade que tornam a animação fluida e suave foram pro espaço. O Slide Share não carrega esses efeitos de animação. Também não funcionou a animação do retângulo branco transparente que deveria aparecer e sumir suavemente. O primeiro slide seria o diagrama completo, apareceria o retângulo e depois a cada aparição do diagrama completo essa máscara desaparece e aparece. Tudo sumiu no SlideShare. Ou seja, cuidado com o SlideShare.

Desconfio, estou quase certa, de que o trabalho para fazer a mesma coisa, ou ainda melhor, no Prezi, seria mais simples. Infelizmente, tentei carregar a imagem do diagrama completo no ambiente Prezi e deu erro no plugin (várias vezes). Definitivamente, o Prezi não é meu amigo. Sempre me decepciona.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Como destrinchar uma EAP no PowerPoint?

Como temos duas promoções abertas, o blog começa a ficar movimentado!

A leitora Jussara Zottmann participou da primeira promoção. Jussara deu a seguinte sugestão:

"descobrir um jeito de apresentar uma estrutura analítica de projeto de modo que a gente consiga acompanhar".

A Estrutura Analítica de Projeto (EAP), ou em inglês Work Breakdown Structure (WBS) é cada vez mais comum no ambiente corporativo, porque cada vez mais as empresas vêm adotando metodologias de gerenciamento de projetos. Para quem nunca viu uma, fiz uma simulação abaixo. Nela, o projeto tem 7 entregas, com as respectivas subentregas. Quanto mais complexo o projeto, mais quantidade de etapas, e também mais quantidade de retângulos, que para caber no slide vão ficando tão pequenos que fica impossível de ler.

Como resolver isso no PowerPoint, sem perder a visão do todo?

Essa foi justamente a sugestão da Jussara, que vou destrinchar com calma. Esse tipo de coisa se presta muito bem ao Prezi, mas no PowerPoint dá um trabalhinho. Já tenho uma ideia de como fazer no PowerPoint, porque uma colega já fez isso uma vez, e fiquei encantada, porque ela passou por minha Oficina Design de Apresentações. Prometo que vou destrinchar isso pra Jussara. Foi um prêmio merecido, não? 


Recapitulando as promoções em aberto:
Promoção 1: sua sugestão de conteúdo para o blog vale um livro. Ainda restam sete exemplares!
Promoção 2: mande um slide bem ruim, eu reformato pra você e publico no blog. Você ganha a formatação de graça. 


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Show de horrores de slides

O site do partido suíço anti-powerpoint é bem divertido. Isso existe? Sim, existe. Um partido político, na Suíça, dedicado a combater o uso do PowerPoint. E tem muitos filiados de todo o mundo. 

Ontem me diverti com o Slide-Horror Show. Uma coletânea de slides horríveis com comentários ácidos do presidente do partido. Vale a pena dar uma navegada no show de horrores para dar boas risadas.

Mas, entre nós, é bem feio ficar vasculhando a internet em busca de slides ruins só pra criticar. Acho que sempre tem espaço para melhorar. Li um pouco sobre o partido e o site e descobri que se trata de um professor de cursos de oratória, que afirma que 90% dos slides no mundo são tão ruins, que a comunicação fica muito melhor com o flipchart. Como ele ensina a usar o flipchart nos seus treinamentos, acho bem tendencioso afirmar isso. 

Quando a gente faz as coisas direito, investindo tempo na produção de slides, pesquisando melhores formas de apresentar a informação visualmente, aplicando princípios de design, dificilmente um flipchart trará um efeito visualmente melhor. 

Claro que o flipchart bem usado também é um deslumbre. Muitos de vocês não conheceram, quando crianças, o Daniel Azulay. Sou de um tempo em que ele aparecia na televisão e desenhava ao vivo. A gente ficava de fato enfeitiçado. 

A propósito, depois de verem o show de horrores do link acima, vejam aqui dois infográficos elaborados por meu amigo Leonardo Sá, que está fazendo doutorado na Ecole Nationale d'Administration Publique, em Montreal. Ele produz esses diagramas para resumir textos do curso. Obviamente, um cara como ele, com formação em arquitetura, tem condição de produzir um infográfico bem feito, com os elementos visuais alinhados, respeitando princípios de design. Observem o uso dos elementos visuais, especialmente as cores, para criar identidade e relações. 






Aqueles slides do show de horrores poderiam ser elaborados nos mesmos critérios, e certamente há muitas formas de eles ficarem muito melhores, inclusive bonitos. É preciso técnica, profissionalismo, design. Acredito que todas as pessoas têm condição de desenvolver seu senso estético e aplicar técnicas para poder fazer esse tipo de coisa, e melhorar a qualidade de seus slides. Basta estudar um pouco, pesquisar e não achar que só porque tem a ferramenta, vai fazer bonito. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Mais uma promoção!

Na onda das sugestões da primeira promoção (obrigada, Maurício e PAC), tive uma ideia.

Uma das sugestões era de mostrar slides antes e depois. Já mostrei alguns aqui, mas como tenho que modificar o que mostro porque o assunto com o qual trabalho é sempre confidencial, fica chato criar mundos encantados onde existem bolsas de valores com empresas de vassouras voadoras. Parece que meu trabalho não é sério.

Assim, resolvi oferecer um serviço aqui, pelo blog. Mandem-me um slide que considerem bem esquisito.

Esbarrou num slide que não consegue destrinchar? Tem mais de 50 palavras? Tem bullet points do início ao fim e está parecendo um filhote de Cruz Credo?

Mande-o pra mim. Eu redesenho e, se você aprovar, ganha de brinde. Com o compromisso de me autorizar a publicar aqui no blog, ok?

Vamos lá, quem será o primeiro? Podem me enviar o slide por email: manuelaloddo@gmail.com.

*Promoção válida por tempo indeterminado. Se persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Bibliográfico, um presente!

Outro dia estava passeando na Livraria Leitura, em Brasília, e vi um único exemplar de um livro cuja capa era cheia de imagens de livros. Estava pela bagatela de R$30,00. Capa dura, excelente encadernação. E que conteúdo!

Bibliográfico, de Jason Godfrey, um autor que além de designer é um bibliófilo, ou seja, um apaixonado por livros... De Design! Esse sujeito fez o favor de publicar uma obra de referência bibliográfica com os 100 melhores livros de design dos séculos XX e XXI.


O livro é dividido em várias sessões: tipografia, cor, monografias, história do design... Uma delícia de obra, cheia de imagens maravilhosas e com uma coleção fantástica que faz qualquer estante de livraria parecer tola.




A partir de agora, sempre que precisar me aprofundar em um assunto, vou consultar esta bibliografia perfeita antes de escolher meu próximo livro de design. Uma pena que alguns deles estão esgotados.
Ah, incluí o livro na minha biblioteca do blog, na barra lateral direita, com link para uma entrevista que Godfrey deu à época do lançamento do livro (em inglês).

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Um site apaixonante

Descobri o site Digital Synopsis, e gostaria de compartilhar. É um site muito bom sobre design, com conteúdos sobre arte, infografia e dicas de design. Muito conteúdo sobre cor e tipografia. Enfim, uma aula de design com as tendências e muitas coisas de quem vive de design para quem vive de design e para quem simplesmente gosta de design.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Presentermedia e recursos legais

Estou com um curso in company engatilhado, e ontem bolei um reforço na comunicação interna da empresa. Entrei em minha conta do Presentermedia e procurei alguma novidade nos templates customizáveis.

Vejam que apropriada esta imagem para um mês de férias. Customizei as lombadas dos três livros para construir a mensagem.

Esse tipo de brincadeira tem de sobra no Presentermedia. Uso muito, porque considero um recurso barato, a gente paga uma taxa anual e usa à vontade, baixando imagens, cliparts, vídeos, animações, templates, muita coisa bacana para apresentações!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Técnica das três etapas


Fala-se muito de Steve Jobs e suas técnicas fantásticas de apresentação. O colunista da revista Forbes especialista em comunicação, Carmine Gallo, destrincha a técnica de Jobs em um vídeo muito rápido. Sugiro passar alguns minutos em frente ao computador e ver este vídeo (em inglês).

Basicamente, Gallo cita a técnica das três etapas. No outro texto, o mesmo autor destrincha essa técnica sugerindo que seja utilizada para buscar explicitar uma apresentação ou até mesmo um plano de negócio em um diagrama com três partes: a primeira, com a frase que mostra o objetivo do seu negócio, da sua apresentação, do seu produto. Essa frase deve ser em estilo twitter, com limitada quantidade de caracteres.

No segundo círculo do diagrama, explicitar as três principais vantagens do seu negócio/produto/apresentação.

No último círculo, alguns bullets com a idéia principal de cada uma das três anteriores.  Este diagrama vai ser seu roteiro de apresentação. Achei muito bacana e exige uma capacidade de síntese e de seleção do que é de fato importante.

Segundo esse especialista, temos mais facilidade de agrupar informações de três em três, em números ímpares. Diferente de Kosslyn, que cita o máximo de quatro (ok, três é menos do que quatro e bem mais fácil de memorizar). Achei uma boa técnica e uma boa dica.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Livro de Kosslyn em pdf

Ontem, uma colega pediu ajuda com uns gráficos para um relatório. O gráfico de pizza tinha duas opções. A primeira, com as fatias todas separadas ("explodidas"), e um efeito 3D. O segundo, onde todas as fatias eram da mesma cor.

Nenhum deles era apropriado. O primeiro, por dois motivos: quando a gente "explode" as fatias da pizza, perde-se totalmente a referência do todo. E um gráfico de pizza é útil justamente pela proporção em relação ao todo. O segundo, porque sendo todas as fatias da mesma cor, a legenda ficou sem sentido.

Além disso, na pizza a gente deve mostrar as fatias no sentido horário, da menor para a maior.

Fiz essa análise por email, bem detalhada, citando Kosslyn. Aí procurei algum link para o site dele, e qual foi minha surpresa quando vi que seu livro Clear and to the Point, que está na nossa biblioteca, está online, em pdf, grátis.

Publiquei esse link na biblioteca (coluna lateral direita do blog). Procure a capa do livro e clique para abri-lo ou salvá-lo.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Listras horizontais emagrecem

Abaixo os fashionistas! Sempre recomendando usar listras verticais, porque as horizontais engordam. A teoria comprova justamente o contrário.

Trata-se de um efeito ótico descoberto por Hermann von Helmholtz, demonstrado no final dos anos 1800. Ele demonstrou que o mesmo quadrado, se desenhado com listras horizontais, parece bem mais alto e estreito do que se desenhado com listras verticais.

Alguns séculos mais tarde, estudiosos de psicologia da Universidade de York realizaram uma pesquisa na qual mostravam mulheres com o mesmo corpo e estatura com vestidos de listras verticais e horizontais. Sabe o que os observadores disseram? Aquelas com listras horizontais eram mais altas e mais magras.

Puxa, passei a vida acreditando que listras horizontais engordam. Agora bagunçou minha cabeça.

Ando estudando os efeitos de ilusão de ótica, por isso este post.

Descobri uma cobertura bem abrangente desses efeitos no site da BBC, de onde tirei essa imagem do efeito de Hermann. E esse da Universidade de York saiu na BBC Brasil, em 2008.

Nosso sistema cérebro-olho, por mais sofisticado que seja, tem limitações. Essas limitações fazem com que o que a gente perceba não necessariamente corresponda a o que está diante de nós. E muitas vezes, nesse processo de interpretação, o cérebro nos engana, e aparecem esses efeitos de distorção.

É bom ter sempre isso em mente quando a gente elabora slides, porque a relação de figura e contexto é muito forte nesse processo de "enganar" que o cérebro efetua. Assim, muito cuidado com seus gráficos, diagramas, suas cores, e sua relação com o fundo do slide.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Comparando gráficos

Na Terra de Oz, existem dois índices de bolsas. O índice Mágico de Oz, composto de um conjunto de empresas, e o índice Dorothy, composto de outro conjunto de empresas. Alguns conjuntos coincidem, como os de Bancos e de Palha, por exemplo.

A ideia desse slide era demonstrar que os indicadores de Bancos tiveram performance muito ruim nos dados recentes (desde o início do ano, ou YTD - year to date, para os entendidos).

Era necessário mostrar, no mesmo slide, os cinco piores e os cinco melhores desempenhos, de ambos os índices.

O slide original estava quase assim (não tinha nada alinhado, eu ainda melhorei pra publicar aqui).

Se observarem, o título fala de cinco melhores e piores, mas os eixos não mostram tantos nomes assim. No entanto, as barras mostram os cinco melhores e piores, e no fim ainda mostram o índice da própria bolsa. O que houve? Na hora de colar o gráfico, foi aplicado o padrão de corpo de texto para eixos, que é 16, no nosso caso. Não couberam todos os nomes, por isso alguns ficaram escondidos. 

Resolvemos então comparar um ao lado do outro, afinal seria mais importante mostrar todos os nomes do que as barras tão extensas. E ficou assim:

Ainda tentei negociar para deixar apenas as três melhores e as três piores, mas o responsável pelo conteúdo disse que era importante mostrar as cinco, para o perfeito entendimento. Minha percepção é de que a comunicação fica dificultada. 

Lembro a Regra dos 4, de Kosslyn: segundo seus estudos, nosso cérebro não processa mais do que quatro grupos de informação ao mesmo tempo. Assim, cinco é um pouco acima de nossa capacidade de processamento. Mas quem manda é o conteudista. A gente tenta usar recursos de design para ampliar o entendimento e a rapidez na comunicação.

Por isso, resolvi usar um artifício visual. Vejam o título do slide. Ele aponta um destaque para o setor de Bancos. Vejam que na bolsa Mágico de Oz, Bancos têm o pior desempenho. Na bolsa Dorothy, têm o terceiro pior. Inseri, por trás dos gráficos, uma forma retangular com cantos arredondados e preenchimento em cor neutra (cinza), e uma ligação com uma forma livre sinuosa, com preenchimento vermelho em degradê, posicionada por trás dos retângulos. 

Aplicar princípios de alinhamento são importantes, e também buscar recursos gráficos visuais para melhorar o entendimento. Dá um trabalhinho, mas o resultado compensa.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Brinde de sexta-feira: como deslocar formas com precisão

Ontem estava ajudando uma equipe a padronizar seus slides de uma apresentação. Como eles tinham alguns slides interessantes que se sobrepunham simulando uma animação, precisavam estar posicionados exatamente nas mesmas coordenadas dos dois slides para que a transição ficasse perfeita.

Ocorre que eu ia movendo a figura com as setas, mas o deslocamento era muito grande. Aí um deles me disse:

"Enquanto usa a seta, pressione a tecla CTRL"


Puxa, há tantos anos estudando e usando o PowerPoint, e pior, ensinando o PowerPoint, e eu não sabia disso! Se pressionar a tecla CTRL o deslocamento é bem pequeno, bem preciso. 

Essa foi minha dica de sexta-feira. Na minha vida, já está fazendo uma baita diferença!

Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sobre mim

Finalmente consegui gerar uma página sobre mim. Odeio falar de mim, esse negócio de eueueu blablabla nunca foi minha praia.

Os motivos que me levaram a fazer isso foram:

1. O fantástico curso de Organização para Blogueiros, de Thaís Godinho. Era uma das primeiras lições: faça uma página sobre você.

2. Meu currículo visual. Nessa vibe de estudar linhas de tempo e infografia, encontrei um monte de lindos e maravilhosos exemplos de currículos visuais. O meu nem é tão lindo nem é tão maravilhoso, mas ele é todo feito no PowerPoint, como se fosse um slide. Minha vida em um slide. Tem tudo? Não, mas tem o que interessa. Poderia ter mais? Claro, 50 anos de existência tem muita experiência acumulada. Mas fazer um currículo suscinto é imprescindível, então fiz o meu assim.

Para ler, a quem interessar possa, tem um link lá no começo da tela inicial do blog "Sobre mim". Você clica e ele joga para uma página como se fosse uma postagem, neste blog tem que rolar a tela um pouco para baixo. Isso aí é do Blogger, eu não sei programar para ficar diferente. Para voltar às postagens, basta ir lá no menu de páginas e clicar "Página Inicial".

Ou então, clique aqui e role a tela.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Coerência de luz e sombra

Duas semanas atrás, uma colega veio me mostrar um padrão que havia desenvolvido para um relatório gerencial. Ela me perguntou o que achava, porque iria reformular o visual do documento, e queria ouvir minha opinião. Fiz uma análise e enviei a ela por escrito.

Ontem, ela já estava animada com o novo visual. Seguindo apenas algumas sugestões, a colega fez um relatório muito elegante.

Mas ficou um pequeno problema, que é o assunto desta postagem. Ela optou por usar um efeito de preenchimento radial. Aplicou o efeito a todos os gráficos, e notei um detalhe que me incomodou bastante. Era um gráfico de barras empilhadas (embora na horizontal a gente não empilhe nada), como o abaixo.


Dá pra notar o problema? Na série Diurno, a luz vem do canto superior esquerdo. Na série Noturno, do lado oposto. Ocorre que estamos acostumados a perceber esquemas de luz e sombra associados ao que percebemos na natureza. Como só temos um Sol, só deveria haver uma origem da luz no slide. 

Vejam agora o slide ajustado. A luz vem do mesmo lado. Não fica melhor?


terça-feira, 12 de julho de 2016

Linha do Tempo: horizontal ou vertical?

Andei às voltas com pesquisas sobre linhas do tempo, para elaborar uma linha de tempo para o livro de economia que estou ilustrando. Sempre achei mais intuitiva a leitura do tempo na horizontal, naturalmente da esquerda para a direita.

Ocorre que a mancha gráfica do livro deixava, para as ilustrações, uma área vertical. Conversei com o designer e expliquei que, em se tratando de uma linha do tempo de 1955 até 2015, ficaria melhor na horizontal. Ele me lembrou de um problema que é comum na encadernação.

Geralmente não temos muito controle sobre o processo gráfico. O livro sai da editoração e a gente começa a rezar pra dar tudo certo, da impressão à montagem. E no caso de uma ilustração que ocupa duas páginas, o risco é alto.

Abaixo, reproduzo uma linha do tempo super gostosa, que a revista Quatro Rodas publicou na semana passada. A evolução da Fiat no Brasil, desde sua inauguração. Uma viagem e tanto no tempo.

A página está bem casadinha, o desenho não perdeu continuidade na passagem de uma página a outra. Mas fica sempre aquela dobra chata, atrapalhando.

Explorei diversas fontes, inclusive descobri um monte de coisas legais sobre linhas do tempo. Uma delas é que a gente pode, sim, ter uma leitura vertical. Desde que respeitando o sentido da leitura ocidental, ou seja de cima para baixo. Foi assim que desenvolvi minha linha do tempo. Quando o livro for publicado, replicarei aqui no blog.

Outra coisa que andei vendo nessa pesquisa foram linhas do tempo usadas como currículos visuais. Muito bacanas. Nesse caso, as pessoas usam a leitura do tempo invertida. Lógico, para aparecer em cima a experiência mais recente.

Ou seja, cada caso pode sim ter um tratamento diferente, desde que não confunda o leitor e que aproveite o que o recurso oferece de melhor.

domingo, 10 de julho de 2016

Infográfico de cachorro quente

Quem não ama cachorro quente? Pra descontrair no domingo, e dar aquela vontade de comer um delicioso e diferente hot dog, replico aqui o infográfico lindíssimo do Food Republic. Inicialmente descoberto no já mencionado coolinfographics.com, o infográfico me deixou com água na boca.


Para minha sorte, assim que vi a imagem, enviei-a ao meu cozinheiro particular. Sou uma dessas sortudas casada com um cara que adora cozinhar. O cachorro quente dele é maravilhoso, geralmente feito no molho de tomate. Mas bati o olho na receita francesa. Na baguete e gratinado com gruyére? Nossa, deve ser dos Deuses. E é. Lá se foi meu chef preferido ao mercado, comprou os ingredientes e preparou com seu toque especial. Foi nosso jantarzinho do sábado. 

E você? Se animou para um cachorro quente diferente? No infográfico não faltam opções! Bom domingo e uma linda semana a todos!


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Cool Infographics, o livro

Como devem ter notado, acrescentei mais um livro à biblioteca da lateral direita do blog. O livro chegou em casa pelos correios. Comprei da Amazon Brasil. Fiz cotação com a Livraria Cultura, e a economia foi de 100 reais! Comprei um usado, em excelente estado. Só uma dobrinha na ponta da capa, mas desconfio que foi no transporte. Descobri que a Amazon Brasil não paga imposto de importação (acho que desde o ano passado), então os livros importados pela Amazon Brasil ficam de fato mais acessíveis, o que é ótimo.




Ao livro! Excelente. Super recomendo. O que ele tem de bom: uma organização tipo manual, você navega os conteúdos por tema. Tem um capítulo só sobre currículos feitos com infográficos; uma parte só sobre timelines, outra sobre que tipo de gráfico para representar que tipo de informação, e por aí vai.

O que mais gostei nele: a base teórica. É um livro completíssimo e cheio de referências de autores bons (meu predileto, Tufte, está em todas), muitos dos quais pretendo explorar e compartilhar aqui.

O que o livro não tem de bom: as ilustrações são minúsculas. Tem uns infográficos muito complexos, e o autor teve que reduzi-los pra caber na página. Imaginem isso no Kindle, impossível. Mas ele resolve do seguinte modo: faz a referência ao link no site Cool infographics, e quem quiser navegar e ver a interação online com os infográficos do livro, basta visitar o link e pronto.

O que não gostei mesmo: o preço. Mesmo comprando usado e economizando 100 reais, ainda custou 112 reais. Para um livro usado, convenhamos que não é barato. Fico muito triste com os preços dos livros no nosso país. É de fato um país que não faz a menor questão de ter cidadãos leitores.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Cartaz fácil com PowerPoint



Esta semana estive envolvida em uma ação de cidadania. Uma pequena coisa mas que acho vai ajudar muita gente. No setor em que trabalho, há um único banheiro feminino. Foi reformado recentemente, e não somos tantas usuárias assim.

Mesmo assim, temos uma ou duas “porquinhas” no andar. Talvez mais. O fato é que usam o banheiro e não sabem deixá-lo usável para a próxima usuária.

Resolvi sugerir uma campanha e, conversando com três outras usuárias, chegamos a um consenso. Vamos começar com cartazes com frases educativas. Os temas foram sugeridos por todas, ficando a redação e a criação comigo.

Pra não perder tempo, busquei na galeria de temas do PowerPoint algo que lembrasse coisas femininas, limpeza, pureza etc. Achei um muito elegante, que lembra uma embalagem daquelas de sabonetes sofisticados, que eu por exemplo adoro ganhar de presente. Se chama Savon, que em francês quer dizer sabonete.


Como iria imprimir em folhas A4, que são mais comuns no escritório, fui logo à aba Design/Tamanho do Slide/Tamanho personalizado, e no campo “slides dimensionados para”, escolhi Papel A4, com orientação Retrato.

No entanto, o template tinha um negócio que me incomodava. Alguns retângulos que eu não iria usar. Queria apenas o fundo branco com a borda florida em azul. Para retirar essas firulas que eu não iria usar, fui à aba Exibição/Slide Mestre. Lá, selecionei o primeiro slide com o fundo que eu queria usar e editei, retirando todas as linhas e formas das quais eu não precisaria. Fechei o modo de exibição mestre.

Em seguida, editei o cartaz. No texto, lembrei-me de uma recomendação do professor Jairo Mancilha em seu inesquecível curso Escola de Palestrantes: “a palavra ‘não’ é uma abstração”. Assim, o tom foi sempre do que se deve fazer, e não do que não se deve fazer (tudo bem, ficaram alguns ‘evite’, mas acho que pode melhorar). A gente só dá recomendação de ações que as pessoas são capazes de visualizar. E a palavra “não”, infelizmente, a gente não consegue “enxergar”. 

Vejam as mensagens: Dê descarga sempre... Jogue os papeis... São simples, diretas e positivas, e a gente cria imediatamente a imagem do que deve ser feito.

Não quis usar um bullet do PowerPoint. Até ensaiei alguns, mas tirou a suavidade do tema Savon. Fui então ao Iconfinder (saiba mais no post sobre o Iconfinder) e busquei uma folha. Achei uma gratuita, parecida com a identidade do tema, salvei e inseri como imagem. Era preta. Troquei a cor assim: selecionei a folha preta, e na aba Formatar/cor, escolhi um tom da palheta, mais azulado.



Finalmente, um toque de humor. Encontrei uma imagem de porco no Presentermedia, do qual sou assinante. Leia o post sobre o presentermedia para saber mais. Salvei e apliquei ao cartaz, com uma frase simpática inserida num balão de HQ, da aba Inserir/formas.

Para não manchar, coloquei em um saquinho de plástico, dobrei por trás e colei com fita adesiva transparente. Um cartaz para a pia, outro para o WC.



O que achou? O PowerPoint serve direitinho para cartazes impressos mais simples, não é verdade?

terça-feira, 5 de julho de 2016

Jogo dos princípios: Contraste

Já vimos os princípios Proximidade, Alinhamento e Repetição. Chegou a vez do Contraste. Continuando com o cartão de nossa querida Madame Ju, que tudo pode e tudo resolve, vamos agora temperar um pouco o panfleto.

Como tudo o que a gente faz em design tem um objetivo de comunicação, resolvi que o problema de Madame Ju é que ela quer ser conhecida e encontrada. Ninguém pode confundir seu nome, e todos devem poder achá-la com facilidade.

Assim, tornamos ainda mais constrastantes as informações nome e contatos. Para o nome, resolvi aumentar, aumentar e ainda negritar. Como sou educada e não grito, negrito. Taí: não grite, negrite. O efeito é o mesmo. Mas sem aquele mal estar de quando gritam com a gente, né...

E o contato, esse ganhou um contraste mais forte ainda: deixei o fundo cinza e o texto vazado. Ah, e incluí aquele ícone clássico de localização, aquele que todo mundo conhece.

Fácil de desenhar: são dois círculos. Preencha um com preto. O outro preencha com cinza. O preto fica atrás (organizar/recuar ou formatar/recuar/enviar para trás ou recuar). Alinhe na vertical e na horizontal. Selecione o preto. Vá  em Formatar, editar forma, editar pontos.  Puxe o pontinho de baixo. Agrupe os dois círculos e seu ícone está pronto.


Bom, se você fosse fazer o mesmo exercício com um panfleto, poderia testar outras formas de aplicar os princípios? Se tiver dificuldade, aqui vai a dica: pesquise, pesquise, pesquise. No mundo nada se cria, tudo se copia? Que pobreza. Não é isso. É outra coisa. A gente se inspira vendo o trabalho de outros, vendo o caminho que os outros escolheram nos seus processos criativos. A internet está aí pra isso.

Espero que você não se esqueça desses quatro princípios básicos do design, repita comigo:

Proximidade, Alinhamento, Repetição, Contraste.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Jogo dos princípios: Repetição

No nosso panfleto de Madame Ju, já aplicamos os princípios da Proximidade, aproximando as informações por tipo, e do Alinhamento, usando um alinhamento à direita.

Hoje vamos aplicar o princípio da Repetição. Segundo Kosslyn, o que é igual deve parecer igual. Assim, utilizei dois recursos visuais para aplicar o princípio (bastaria um recurso, usei dois para efeito de demonstração). A escolha do recurso vai da percepção e da linha criativa de cada designer. Usei um pouco recursos de tipografia, em conjunto com a inclusão de formas.

Tipografia: como o panfleto original já utilizava duas famílias tipográficas diferentes, optei por preservar isso e não incluir mais nenhuma. Ah, façam isso em suas apresentações, por favor: nunca usem mais do que duas famílias tipográficas. O ideal é usar somente uma! Mas nesse caso, deixei apenas o nome da cigana diferente. Para sobressair do restante das informações. A fonte aí é Amienne. Notem que é uma fonte mais desenhada, sinuosa, bem diferente da outra que contém as demais informações, que é a Franklin Gothic.

Agora começa a brincadeira: como diferenciar os tipos de informação com a mesma família de fontes? Bom, a gente tem vários recursos no PowerPoint (e em outros programas ainda mais) pra fazer isso.  Pra começar, itálico (vejam ali o que ela faz: cartas, búzios e tarô; traz a pessoa amada. Tudo em itálico). Normal (vejam ali os contatos). E um recurso bem interessante, que dá um belo destaque: brincar com o espaçamento entre letras. Notem que usei em "cigana" e "vidente".

Note que esse recurso de espaçamento entre caracteres, ou entre letras, a gente não deve usar com frases. Porque dificulta a leitura, justamente por as letras estarem muito distantes. O ideal é usar somente em uma palavra.

Agora às formas. Escolhi linhas e círculos. Lá em cima, alinhando ao nome da cigana, Ju, inseri dois círculos com bordas pontilhadas, bem suaves. No meio do cartão, um círculo minúsculo ligado por uma linha horizontal, ou fio, também pontilhado. Esse fio é sangrado na imagem, para dar a ideia que vem de fora e chega no cartão, pela esquerda, justamente nos poderes da cigana. é um bom recurso para direcionar o olhar. E neste caso, é como se chamasse o leitor "vem pra cá, vem, que vou resolver este problema".

Finalmente, um fio cheio porém muito fino delimita o cartão de fora a fora, e distingue o bloco final de informações, os contatos da cigana.

Esse é apenas um pequeno e rápido exemplo para demonstrar a aplicação do princípio da repetição, para dar uma ideia de uso de recursos visuais para isso.

Repetindo: você pode usar cor, gradação de cinzas, imagens, bullets, setas, retículas, bold, outras formas, enfim, há uma gama enorme de recursos para aplicar o princípio da Repetição.

domingo, 3 de julho de 2016

A primeira ganhadora da promoção!

Para provar que a promoção é pra valer, aqui vai a foto da feliz ganhadora do meu livro Design de Apresentações, Patrícia Coelho, a PAC.

Queria agradecer à PAC e ao Maurício, cujo exemplar já foi enviado pelos Correios. Mais do que sua participação, agradeço pelas dicas preciosas de conteúdos interessantes, que como devem ter visto já comecei a acatar nas postagens.

Bom domingo a todos, e ainda há livros a distribuir!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Jogo dos princípios: Alinhamento

Em continuação ao jogo dos princípios, hoje vou aplicar o princípio Alinhamento ao mesmo panfleto de Madame Ju, nossa cigana-vidente.

No post anterior, usei apenas o princípio da Proximidade, aproximando os conteúdos do panfleto que são relacionados, por tipo.

Agora, vamos pegar o panfleto apresentado após essa aproximação, e aplicar o princípio do alinhamento.

Vocês vão perguntar: mas antes não estava alinhado? Sim, estava, e já era suficiente para que o leitor percebesse a hierarquia e a lógica das informações, e encontrar com facilidade os contatos de Madame Ju para trazer sua amada de volta, como cantava Evandro Mesquita.

Mas notem que, quando a gente adota um alinhamento diferente do centralizado, por exemplo, o à direita, o design ganha um certo toque de ousadia. Fica diferente, provoca uma olhadinha só porque está fora do "normalzinho que se vê por aí".

Então quer dizer que se eu alinhar todos os meus slides à direita, meu design vai ser diferenciado? Opa, calma aí. Notem que se trata de um panfleto, tem pouco texto. Imaginem ler uma página de livro inteira, na qual seu olhar vai procurar o ponto de começo de cada linha de texto ao longo de toda a página. Coitado do leitor.

É preciso analisar a quantidade de informação, o vínculo que uma informação tem com a outra, e a rapidez que se espera na leitura (legibilidade).

O que não dá pra fazer é ficar mudando de alinhamento "só pra variar". Posso ter dois alinhamentos diferentes? Claro, desde que esses dois alinhamentos sejam adotados com algum critério que ajude o leitor a perceber melhor a informação. Lembrando que o design é uma ferramenta para melhorar a usabilidade de um produto. Nesse caso, um produto visual, gráfico, para tela ou impressão. Orientar o olhar para direcioná-lo ao que interessa. Essa pode ser a grande função do design. Se o cara olhar o que interessa, quem sabe ele contrata o serviço. Se nem isso você consegue que seu design faça, melhor nem produzir folhetos, afinal, eles irão para o lixo.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Jogo dos Princípios: Proximidade

Desenvolvi um pequeno exercíco para uso em sala de aula, se chama jogo dos princípios. Por enquanto, o jogo é apenas para os quatro princípios de design que considero básicos e relevantes para qualquer peça visual. Proximidade, alinhamento, repetição e contraste.

No meu jogo, inventei uma cigana-vidente chamada Madame Ju, que não sabe o que é cacofonia. Um dia, Madame Ju deixou um panfleto no para-brisas do meu carro, e resolvi usar esse panfleto para explicar os princípios básicos de design.

O panfleto original, mostrado à esquerda, mantinha todos os itens distribuídos ao longo do papel. Isso é muito comum. As pessoas acham que devem ocupar todos os espaços em branco. As pessoas também costumam jogar todas as informações sem nenhum critério de organização de conteúdo. Jogam como vão se lembrando. No entanto, observem que o simples agrupamento dos elementos de mesmo tipo de informação já facilita a percepção e a leitura.

Aplicando-se o princípio da proximidade, que diz que tudo o que se relaciona deve estar próximo, organizei as informações em blocos por tipo: quem, o que, onde.  Distribuí os blocos de informação no fundo branco e usei o espaço em branco  para orientar a leitura.