Pout pourri de slides

Pout pourri de slides
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"Eu tinha uma apresentação vital para fazer em minha carreira, mas o material que havia preparado estava muito aquém do desejado. O bom-gosto e a experiência da Manuela Loddo me ajudaram a garantir o emprego e mudar de vida. Até a insegurança na hora da apresentação fica menor quando se tem um material sensacional para projetar."
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Universidade de Brasília
"A gente é suspeito por fazer propaganda em família. Mas a Manu tem me ajudado muito com as apresentações que faço no trabalho. Desde a estruturação dos assuntos até a organização visual. Uma boa apresentação facilita o apresentador e prende a atenção do público. Sempre recebo elogios pois todos acompanham com facilidade as apresentações. Obrigada, Manu!!!"
Carolina Loddo
Data Processing Engineer - EUMETSAT

Postagem em destaque

Quer melhorar suas apresentações? Fale comigo!

Resolvi oferecer o serviço a você, que anda levemente desconfiado de que tem gente dormindo durante suas apresentações. Viram os depoimen...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Aforismos simplificando suas mensagens

Fiquei um tempinho afastada do blog. Tirei umas férias do trabalho, e também do blog. Dediquei-me ao ócio. Segundo Hobbes:

A ociosidade é a mãe da filosofia.

Hoje, resolvi subir as escadas de casa para o ambiente onde trabalho e olhar para minha mesa, ainda cheia de livros que usei na minha última oficina. Ia guardar os livros, mas tenho o péssimo hábito de abrir e começar a ler. O tempo passou, a bagunça ficou. E tome inspiração.

Peguei um livro de que gosto muito e que não sei por que motivo ainda não estava na biblioteca do blog. Ele trata de um assunto que tem tudo a ver com apresentações. É um livro sobre aforismos, que se chama O mundo em uma frase. Incluí a imagem com um link para resenha no site da Livraria cultura, aí na coluna da direita (biblioteca do blog).

Aforismos são atemporais. Umberto Eco define aforismo com um aforismo:

Não há nada mais difícil de definir do que um aforismo.


Dizem que aforismo é arte feita com poucas palavras. O fato é que eles sobrevivem ao tempo. No livro de Geary, há uma breve história dos grandes escritores de aforismos, que começa com Epicuro (371-270 AC), com esta beleza de aforismo:

Um homem é rico em proporção às coisas que pode dispensar.

Isso nos convida a pensar: quantas palavras você pode dispensar de seu slide para torná-lo mais simples e portanto mais rico?

Difícil enxugar um texto. Por isso gosto tanto de aforismos. Podemos pesquisar sites na internet só sobre aforismos e ver se algum deles casa direitinho com nossa mensagem. Esse do Umberto Eco eu tirei do citador, onde se pesquisam citações por temas ou palavras. Tudo bem, nem tudo ali são aforismos, mas são frases de sabedoria também.

Os aforismos nos passam conceitos importantes que atravessam o tempo. Como os provérbios. Todo mundo entende. E eles têm um poder de encantamento. Ou seja, têm mais um elemento das características das mensagens que colam, dos irmãos Heath, a surpresa, além da simplicidade. Segundo Geary,

" Ler um bom aforismo é como assistir a um truque de mágica: primeiro vem a surpresa, depois vem o encantamento, depois começamos a nos perguntar como o mágico fez aquilo."

Usem aforismos. Abusem deles. São lindos, encantadores, simples e sempre irão surpreender suas plateias. Se forem bem escolhidos, claro.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Mais uma oficina que deixa saudade

Assim como as Olimpíadas estão chegando ao fim e aquele gostinho de saudade já começa a aparecer, minha semana termina com a sensação de dever cumprido, e também de saudade. Uma turma muito dedicada, interessadíssima, participativa, e super profissional.

O resultado? Aprendizado na veia. Belíssimas apresentações. Palhetas de cores de super bom gosto, e tudo escolhido com técnica e critério.

Apresentação sobre educação financeira:



E as mensagens? Verdadeiros slogans.

Apresentação sobre reuniões produtivas:

Reunião sem objetivo definido é sala de bate papo

Apresentação sobre engenharia social:

Se você não gosta que contem seus segredos, por que contar os de sua empesa? 

E o que falar das metáforas escolhidas... O grupo que elaborou apresentação sobre liderança utilizou de modo apropriadíssimo a metáfora do maestro e sua orquestra. O tempo todo, a linguagem escolhida vinculava líderes a maestros, subordinados a músicos.

Exemplos: "dê feedback tanto negativo quanto positivo. O maestro deve usar a batuta para cutucar suavemente, mas também para acariciar e elogiar."

"Prepare sucessores (imagem de um bebê com as mãos sobre um piano, tão linda que nem fotografei), pois um sucessor não preparado fica como um bebê que bate nas teclas do piano mas não sai qualquer música."

Confesso que a turma me surpreendeu da melhor forma possível. Me senti realizada esta semana, e agradeço a esse pessoal tão brilhante que se apropriou do conteúdo plenamente.

Saio de férias com a sensação de dever cumprido, e já com saudade desse pessoal tão profissional.







terça-feira, 16 de agosto de 2016

Uma aula de princípios com técnicas de andragogia

Hoje foi dia de princípios. Princípios de design, os oito princípios de cognição de Kosslyn, os cinco princípios do design analítico da informação de Tufte, a teoria da carga cognitiva de Sweller.

Para tornar a aula mais participativa, e dentro de princípios (mais princípios) de andragogia, elaborei dois jogos: o jogo dos princípios e o jogo dos diagramas.

E descobri que fica bem mais fácil e divertido o aprendizado dos princípios quando as pessoas se esforçam para juntar nomes com definições e exemplos, e depois discutir.

Assim como quando recebem um texto para transformar em diagramas.







Saíram-se super bem, e tenho certeza de que muito do que antes era lero lero com bullet points em suas apresentações, amanhã será um lindo e eficiente diagrama.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Nova turma iniciada!

Hoje iniciei a semana com mais uma turma da Oficina Design de Apresentações. A turma parece bem animada, e sei que vou, como sempre, aprender mais do que compartilhar conhecimentos.

Nesta edição, procurei incluir mais recursos de andragogia. O que é isso? Bem, no início do semestre, tive a oportunidade de participar de um curso de formação de facilitadores, ministrado por profissional da AferoLab.

A andragogia ensina a gente que os adultos têm jeitos diferentes de aprender, e eles aprendem melhor quando são conduzidos a fazer suas próprias descobertas, discutindo e buscando soluções para problemas dados. Não existe professor, mas facilitador do processo de aprendizado. E existem dinâmicas, muitas dinâmicas, que ajudam o facilitador a direcionar o aprendizado.

Depois do treinamento, resolvi que deveria trocar alguns momentos de aulas, ou mais precisamente, exposições dialogadas, por momentos de interação e descoberta. Deu um trabalho grande, e vou fazer a experiência ao longo da semana.

Para o conteúdo de princípios de design, por exemplo, bolei o jogo dos princípios. Tem ainda o jogo dos diagramas, as cartas de efeitos óticos... E todos eles servem para aprender conceitos de um jeito diferente e lúdico.

Espero que funcione. Até agora, o feedback tem sido positivo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Fontes gratuitas

Recentemente descobri duas dicas de sites de fontes para baixar, muitas delas sendo com licença creative commons.

O primeiro é o Font Squirrel. De fácil navegação, oferece opções de busca por tipo de fonte. Assim, como costumo recomendar fontes sem serifa para uso em apresentações, fiz uma busca rápida somente na biblioteca Sans Serif, e descobri fontes belíssimas, diferentes do que a gente costuma ver no PowerPoint.

Este é o menu superior do site, mas tem um menu lateral onde a gente busca por filtros. Assim como especifiquei Sans Serif, poderia escolher que tipo de Sans Serif, e em que idioma, pois há bibliotecas de fontes que não oferecem caracteres como o "ç" e o "~". Também oferecem muitas fontes a preços bem interessantes, e acho que pagar um pouquinho por uma fonte diferente, elegante e de boa qualidade é uma coisa que a gente sempre tem que considerar, pois uma bela tipografia faz toda a diferença no design.

O segundo é o Da Font, que tem a homepage com excelente usabilidade. Já mostra tudo o que você pode pesquisar, e de cara oferece ajuda para instalar as fontes, e tudo no cabeçalho da página! 

Fiz uma pesquisa rápida nas fontes Sans Serif e testei uma bonita que encontrei. Assim como o Font Squirrel, dá pra fazer um teste, só que com mais caracteres do que o Font Squirrel. Vejam que fonte elegante para uma bela apresentação.

É isso! Esta é minha dica de hoje. Para saber o que é TTF, OTF e outras letrinhas que aparecem na classificação das fontes, recomendo minha postagem Mais sobre fontes, onde descrevo essas diferenças.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

Infográfico Neymar x Marta

Cada dia mais impressionada com o desempenho de Marta. Nossos dois ídolos do futebol têm o mar nos seus nomes, já notaram?

Esse fato me deu inspiração para um infográfico bem simples. Busquei informações para ver quem tinha melhor desempenho com a camisa do Brasil. Ele, cujo nome termina com MAR, ou ela, cujo nome começa com MAR.

Vejam o resultado:

O arquivo original foi feito em Excel. Busquei informações na wikipedia. As de Neymar eram mais atualizadas do que as de Marta. Isso já me deixou irritada. Fiz questão de incluir os dois gols olímpicos de minha ídola pra ficar mais atualizado.

Depois de buscar os dados e inserir no Excel, criei um gráfico de barras e editei um pouco o estilo.

Copiei e colei no PowerPoint, onde fiz o restante da formatação, por exemplo, o contraste mais forte do preto com cinza por trás do gráfico, e as legendas dentro das barras.

Escolhi tons de preto e cinza para não brigar com o já meio espalhafatoso verde e amarelo, que busquei rebaixar bem pra não ficar gritante.

Optei pela clássica Gill Sans, que não sai de moda jamais e é sempre um hit em todas as temporadas. Digamos que seja um Channel do mundo da Tipografia.

domingo, 7 de agosto de 2016

Palheta de cores colorlovers

O site colorlovers é uma delícia. Tanta gente que gosta e entende de cor oferece tanto texturas como palhetas de cores super elegantes e bem combinadas. Não estou falando de moda, mas por que não buscar inspiração em campos diferentes para nossas apresentações?

As pessoas fazem suas palhetas baseadas nas mais variadas inspirações. Nós também podemos criar palhetas e texturas e compartilhar, que também podemos usar em nossas apresentações.

Eu, por exemplo, acho que apresentações com tons mais neutros dão espaço para a gente brincar mais com as imagens. Assim, busquei inspiração numa pesquisa do colorlovers do mundo da moda, navegando por trend colors.

Escolhi esta palheta de cores:



Que veio desta inspiração do universo fashion:

Busquei um template que mostra bem as cores do PowerPoint. Na aba Temas, fui a cores, saí modificando os códigos RGB conforme a palheta do colorlovers, salvei com outro nome e vejam que palheta para apresentação mais elegante:

A dica é usar poucas cores, bem combinadas e com bom contraste. O resto são imagens e conteúdo. Nunca atrapalhe seu conteúdo com um carnaval de cores. Veja que moça mais elegante em tons nude. Aplique essa elegância a suas apresentações e faça sucesso!




sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Slideshare ainda não carrega animações

Como devem ter notado, no post sobre como apresentar EAP no PowerPoint, carreguei uma apresentação no Slideshare e publiquei o link.

No entanto, como o arquivo só faz sentido com efeitos de animação e transição de slide, não funcionou no Slideshare. Achei que era um problema entre o teclado e a cadeira, o que é bem comum no meu caso.

Mesmo assim, como não foi a primeira vez que passei por esse problema, resolvi pedir ajuda pelo link de suporte do Slideshare. Replico abaixo a resposta que me deram. Fiquei triste porque de fato é uma limitação do Slideshare. Mas aliviada porque o problema, no fim das contas, não era comigo.

Assunto: Efeitos de animação no slideshare [160804-008138]

Resposta (05/08/2016 04:29 CST)
Olá Manuela Nogueira,

Obrigado pelo e-mail.

Infelizmente, este recurso não se encontra disponível no presente momento. Só é possível publicar slides estáticos no SlideShare.

Seu feedback foi enviado à nossa Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento para futura consideração.

No futuro, você pode enviar suas sugestões para nós ao clicar em Enviar feedback, à direita da sua página inicial. Desta forma, seus comentários serão enviados diretamente à equipe apropriada.

Gostaria de convidá-lo para ler o Blog do LinkedIn em http://blog.linkedin.com para ficar a par das mais recentes notificações sobre melhorias ao site. É a nossa maneira de mantemos os usuários de nosso site informados sobre o interessante trabalho que estamos realizando nos bastidores.

Agradecemos o seu feedback e acreditamos que, juntos, podemos criar ótimos produtos para todos.

Manuela Nogueira, caso tenha mais alguma dúvida, por favor não deixe de nos contactar.   
Tenha um ótimo fim de semana!

Atenciosamente,

Adryan
Atendimento ao cliente
Usuário (04/08/2016 14:31 CST)
Assunto: Efeitos de animação no slideshare

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Nove dicas para falar bem em público

Ando buscando referências para o blog. Descobri que o slideshare é uma mina de ouro para aprendermos sobre um pouco de tudo, inclusive  e especialmente sobre apresentações. Estou colecionando slides e pedindo autorização para usar aqui no blog.

Por enquanto, vou compartilhar umas dicas bem legais de uma empresa que descobri no slideshare.

A partir de uma versão do texto Really Bad PowerPoint, de Seth Godin (veja na lista de referências, tem o link para o texto completo, final da tela à direita), descobri uma empresa, a High Spark, que elabora apresentações profissionais (nos EUA eles levam isso a sério, aqui todo mundo pensa que saber fazer bons slides).

Naveguei no site deles e também no blog, e resolvi traduzir um post sobre essas nove dicas para o bom apresentador. Não são exatamente sobre design de apresentações, mas têm relação direta com o assunto, pois pra que servem os slides senão para engrandecer um apresentador?

Infelizmente, as pessoas usam slides como muletas, os fazem para si, para ter uma colinha na hora de apresentar. Péssimo. O melhor dos mundos seria de fato se não usassem muletas, se todos fossem grandes oradores, e conseguissem encantar somente com seu discurso, seu carisma e seu conteúdo. Mas como parece que no mundo das apresentações o PowerPoint precisa estar ali, ele virou muleta.

Aí vai um resumo das nove dicas:

1.  Ensaie, ensaie, ensaie
Em frente ao espelho, para um amigo, para seu cachorro. Só assim você exercita sua massa cinzenta par se lembrar do que deve dizer. Isso também ajuda a estabelecer os momentos de pausa ou de entonações para criar ênfase em momentos específicos.

2.  Peça feedback
Ainda na linha do ensaio, pratique com familiares e amigos e peça a eles feedbacks de sua palestra. Se fala muito rápido ou devagar, como está sua entonação, se é muito monótono... Grave seu discurso para ouvir seus erros. Assim poderá corrigi-los.

3. Articule bem as palavras
Sabe aquelas pessoas que a gente acha difícil de entender? O que fazemos depois de um tempo? Desistimos de prestar atenção, porque é tão difícil entender o que elas dizem, que a gente acaba achando que o conhecimento delas não vale a pena também. De nada adianta ser o cara mais craque em determinado assunto, se você não consegue se fazer entender. Para persuadir, tem que ser entendido.

4.  Evite ler muito os slides ou papeis
É um erro muito comum, cometido especialmente por quem não praticou seu discurso. Toda vez que você lê, seus olhos desviam da plateia para o objeto da leitura, e você perde o contato visual. É o gancho para que parem de prestar atenção em você. Além disso, evidencia seu despreparo, reduzindo a credibilidade das pessoas em você como orador para aquele determinado assunto.

5.  Evite filtros vocais
É... Na verdade... Como... Tipo assim... Basicamente... Então...Sabe... Essas palavrinhas chatas que usamos pra preencher "vazios" reduzem seu poder de orador. Evite-as. Veja a mesma coisa dita com e seu esses filtros:

I. Com filtros vocais: "Na verdade, eu diria que ter um animal doméstico é assumir responsabilidade, entende. Sabe, eles precisam de seu tempo, de um ambiente limpo, de alimento na hora certa, e, claro, de sua companhia, coitados."

II. Sem filtros vocais: "Ter um animal doméstico é assumir responsabilidade. Eles precisam de seu tempo, de um ambiente limpo, de alimento na hora certa e de sua companhia."

6. Conte uma história genuinamente emocional
As pessoas nem sempre irão se lembrar do que você disse, mas certamente se lembrarão de como você as fez se sentir. Se contar uma história pessoal que tem relação com seu discurso, seja ela triste ou feliz, sua plateia será capaz de sentir seus sentimentos genuínos. Isso cria uma conexão imediata e duradoura entre você e sua plateia. Não tenha medo de se mostrar um pouco vulnerável.

7. Conecte-se com uma pessoa de cada vez
Grandes discursos são como conversas olho no olho com cada pessoa da plateia. É melhor olhar no olho de uma pessoa por vez do que ficar olhando para o chão enquanto fala. Essa conexão visual faz com que as pessoas se sintam importantes.

8. Vista-se para impressionar
A regra é que o apresentador deve sempre estar vestido com um nível de formalidade acima de sua plateia. Escolha um modelo que faça com que se sinta bem e ao mesmo tempo confortável. Lembre-se de que você já estará nervoso, então uma roupa que incomoda só vai piorar tudo. A roupa deve fazer com que você sinta mais confiança em si mesmo.

9. Veja muitas palestras do TED
Os melhores vídeos para para ajudá-lo a ser um bom palestrante estão lá. Escolha com base nos mais bem avaliados, observe o estilo do apresentador, veja com qual deles você se identifica, observe como eles interagem e se conectam com suas plateias do início ao fim, como se posicionam no palco, enfim, aprenda com quem entende. Anote as coisas legais deles que você vai implementar e pratique pra ver se funciona com você.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Sobre textos em maiúsculas

"Ah, mas caixa alta é tão lindo, eu adoro!" Ouvi esse comentário de uma pessoa que me pediu para analisar o projeto gráfico de um relatório. Agora vou tentar explicar razões para não escolhermos deixar o texto todo em caixa alta, ou em maiúsculas.

1. A norma culta da língua portuguesa. Só devemos usar maiúsculas no início de períodos (após o ponto final ou as reticências); cm nomes próprios; em siglas. Usar em outros casos é desrespeitar a gramática.

2. Textos em maiúsculas têm pouca legibilidade. Se fosse para escrever em maiúsculas, para que serviriam as minúsculas? Ocorre que os tipógrafos, que são os caras que desenham tipos, ou letras, têm o maior trabalho para desenhar suas famílias tipográficas. Uma das coisas que eles consideram é a legibilidade. A rapidez na leitura, dada por nossa capacidade de diferenciar com facilidade uma letra da outra e assim formar palavras (conceito muito bem descrito por Lucy Niemeyer, veja o livro na lateral direita do blog).

As letras minúsculas, ou em caixa baixa, têm hastes verticais e horizontais, cuja função é justamente facilitar a distinção entre os caracteres. Assim, o "p" tem uma perninha para baixo (haste descendente), e o "d" tem uma perninha para cima (haste ascendente). Ah, tá, quer dizer que o "d" é um "p" plantando bananeira? Ou será que o "p" é que é um "d" de ponta-cabeça? Tanto faz, o que importa é que a gente bate o olho e percebe a diferença, identificando rapidamente quem é quem, p ou d.

p    d 

Note que a haste descendente faz o p ter altura diferente do d, que tem haste ascendente. Isso é feito para facilitar a leitura. Agora olhe as mesmas letras em maiúsculas:

P      D

Elas têm a mesma altura. Quanto temos um texto inteiro em maiúsculas, fica difícil diferenciar uma letra da outra, e a gente demora mais a ler. Perde-se em rapidez na leitura, ou legibilidade.

VEJA EM QUANTO TEMPO VOCÊ CONSEGUE LER ESTE TRECHO TODO EM MAIÚSCULAS.

Agora veja em quanto tempo você consegue ler este trecho todo em minúsculas.

Notou como todas as letras do texto em maiúsculas têm a mesma altura? O texto vira um bloco, a gente até pode chamar isso de "texto blocado". Está no jargão. E você não vai chamar a atenção se fizer isso. Só se for pela grosseria, afinal, temos também um terceiro motivo para não escrever textos em caixa alta:

3. É falta de educação. Convencionou-se que, na comunicação eletrônica, todas as vezes que alguém escreve em maiúsculas, é como se estivesse gritando. Se não quer ser rude, não escreva em maiúsculas.

Finalmente, um brinde. Convencionou-se denominar as maiúsculas como caixa alta e as minúsculas como caixa baixa. Sabem de onde vem isso? Das gráficas. Nas gráficas convencionais (não as digitais), os caracteres tipográficos, originalmente em madeira e posteriormente em chumbo, são dispostos em caixas. As maiúsculas ficam em cima, nas caixas mais altas, e as minúsculas embaixo, nas caixas mais baixas.

A imagem abaixo é do Wikicommons, com licença de domínio público. Vejam muitas imagens bacanas aqui.



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tipografia: como escolher

A leitora Ana Kelly pergunta como escolher a tipografia para suas apresentações. A pergunta dela pra mim veio como sugestão, e ela foi contemplada com um exemplar do meu livro, conforme o regulamento da Promoção número 1!

Lembro-me de haver redigido algumas postagens sobre tipografia, mas como o blog é muito antigo, e minha cabeça já não funciona lá essas coisas, usei minha intuição e a muleta mais preciosa em tempos de excesso de informação: a caixa de busca. Sim, ela é uma ajuda e tanto. Sei que ela fica escondidinha no canto superior do blog, e pode ter passado despercebida, então fiz uma imagem de ajuda pra quem não viu a caixa de busca, olha ela aí:



Preenchi a caixa de busca do blog com o termo "tipografia", e veio o que imaginava. Eu já havia feito uma postagem bastante exaustiva sobre fontes Open Type e True Type. E também encontrei bons sites especializados, com excelentes dicas. O resultado da busca está aqui. Basta rolar a tela.

Agora, vamos ao que os autores especialistas dizem sobre fontes para slides. Extraio o texto de um livro chamado Design de Apresentações (que coincidência):

"A abordagem do texto nos slides deve seguir dois critérios: simplicidade e legibilidade. A simplicidade se consegue com a síntese do conteúdo e a busca pela essência das mensagens. A legibilidade se consegue com a escolha adequada da tipografia.

Os tipos sem serifa facilitam a leitura de textos a distância. Esses tipos têm boa legibilidade a distância porque suas hastes são mais espessas do que as dos tipos serifados. Obviamente, a legibilidade também está relacionada ao tamanho das letras, o entrelinhas, o entreletras, os alinhamentos e o corpo escolhido, que deve ser suficiente para ser lido a distância.

A serifa dificulta a leitura da imagem projetada. Os tipos serifados têm hastes que variam em espessura, e próprio desenho da serifa, que facilita a diferenciação entre os tipos na mídia impressa, é um elemento gráfico a mais na leitura projetada, e tudo o que 'sobra' visualmente deve ser evitado em slides.

Duarte (2008) recomenda não mais do que dois tipos de famílias de fontes para cada apresentação.

A imagem abaixo mostra, na fila superior, três tipos sem serifa e, na fila inferior, três tipos com serifa.


Se não for possível o uso de uma única família, use uma sem serifa com uma de serifa mais grossa (veja abaixo a diferença).


Esses tipos com serifa grossa, quando escolhidos com os devidos cuidados, oferecem boa legibilidade porque têm as hastes mais espessas. Mesmo assim, para promover o contraste, deve-se cuidar da diferenciação clara entre os tipos, como o desenho da letra 'a' minúscula."

Duas fontes em serifa não promovem contraste suficiente, porque são muito parecidas. É esse o motivo pelo qual a gente ou usa um só tipo na apresentação toda, e sem serifa, ou opta por uma segunda família para títulos, por exemplo, ou destaques, textos menores, utilizando uma com serifa grossa, como sugerido.

Ah, e se usar uma única família, pode estabelecer hierarquias com o uso das versões Light, Normal, Bold, Italic etc. Só não vale distorcer as fontes.

Pretendo escrever mais sobre o assunto, como por exemplo a questão do uso de maiúsculas e minúsculas. Obrigada, Ana Kelly!