Pout pourri de slides

Pout pourri de slides
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"Eu tinha uma apresentação vital para fazer em minha carreira, mas o material que havia preparado estava muito aquém do desejado. O bom-gosto e a experiência da Manuela Loddo me ajudaram a garantir o emprego e mudar de vida. Até a insegurança na hora da apresentação fica menor quando se tem um material sensacional para projetar."
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Universidade de Brasília
"A gente é suspeito por fazer propaganda em família. Mas a Manu tem me ajudado muito com as apresentações que faço no trabalho. Desde a estruturação dos assuntos até a organização visual. Uma boa apresentação facilita o apresentador e prende a atenção do público. Sempre recebo elogios pois todos acompanham com facilidade as apresentações. Obrigada, Manu!!!"
Carolina Loddo
Data Processing Engineer - EUMETSAT

Postagem em destaque

Quer melhorar suas apresentações? Fale comigo!

Resolvi oferecer o serviço a você, que anda levemente desconfiado de que tem gente dormindo durante suas apresentações. Viram os depoimen...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Design Thinking

Estou lendo este livro de Tim Brown, um dos executivos da Ideo. Isso mesmo, Ideo, a grande empresa de design que inventou o Iphone, o Ipode e com certeza inventará o Inãopode. O livro é sobre o que a Ideo faz de melhor: inovação. Por entre fantásticas histórias, o autor nos apresenta o passo-a-passo de processos de criação. Desmistifica conceitos como o cliente que precisa esperar por toda a vida por um insight de um grande designer, e demonstra que com processos adequados e as pessoas certas pode-se inovar. E a inovação que a Ideo apresenta extrapola as fronteiras do design de produto para as fronteiras das estruturas de grandes empresas. Isso mesmo: design thinking é uma abordagem de redesenho, de repensar estruturas antigas e como as coisas são feitas. Isso é inovar. O autor apresenta desde como se escolhem equipes inovadoras até o processo de trabalho dessas pessoas e sua metodologia para trabalhar a inovação. Conceitos como "non focus groups" e coisas do tipo são mostrados como a chave para a inovação. E o que isso tem a ver com design de apresentações? Bem, se uma apresentação é um momento para cativar a platéia e conquistá-la, nada melhor do que entender processos criativos para criarmos nossos próprios, não? A metodologia do design thinking mostra que tudo pode e deve ser desconstruído para que haja a inovação. E por que não aplicar isso ao momento das apresentações?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lançamento de livro

Meu livro foi lançado no dia 3 de dezembro, no auditório do BC em Brasília, durante o Encontro da Comunidade de Gerenciamento de Projetos do BC. O livro é o primeiro da série Cadernos de Gerenciamento de Projetos, patrocinada pela Gerência-Executiva de Gestão de Projetos do Banco Central do Brasil. No lançamento, falaram André Mueller, gerente-executivo da área, e Marcelo Cota, gerente do Centro de Estudos em Gerenciamento de Projetos do BC. Agradeço o patrocínio do BC e espero que o livro realmente ajude as pessoas a melhorarem suas apresentações. Continuo minha busca por um editor que esteja interessado numa edição com mais exemplos e informações adicionais.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Advanced Presentations by Design

Hoje minha amiga Pac trouxe dos EUA minha mais nova aquisição: o livro de Andrew Labela. Eu namorava o livro há alguns meses, sem coragem de bancar o frete da Amazon.com. Aí a Pac ofereceu essa gentileza, e estou com o livro aqui ao meu lado. Ainda não li em detalhe, mas vou matar a curiosidade dos meus poucos e fiéis seguidores. Trata-se de uma tese de doutorado de um americano. Labela analisou mais de 200 apresentações. Na bibliografia, um prato cheio. Além de praticamente todos os autores que cito neste blog, quilos e quilos de outros. Labela desenha sua metodologia de 10 passos para se estruturar uma apresentação: objetivo, problema/solução, evidência, anedotas, sequência, gráficos, layouts, stakeholders e métrica. Vou ler mais para compartilhar mais. Quem quiser o livro, pode encomendar no Amazon (a imagem do livro está aí ao lado). Nem todos têm uma Pac gentil para oferecer "carona de livro". Valeu, Pac!

sábado, 20 de novembro de 2010

Meu livro!

Finalmente, meu livro será lançado em Brasília. Infelizmente, como foi uma impressão em tiragem reduzida e para distribuição interna ao BC, não posso oferecê-lo como gostaria. Estou realmente disposta a fazer uma adaptação para uma versão para o mercado, e  para isso preciso encontrar um editor. Se alguém conhecer um editor disposto, agradeço.

Segue o sumário do livro: reflexões genéricas sobre apresentações; planejamento da apresentação; o padrão visual; slides com imagens: por que, quando e como usar; diagramas; animações; exemplos trabalhados; conclusão: não faça documentos, faça slides; princípios, teorias, características de cognição e design.

A idéia do livro nasceu desde a elaboração do trabalho de conclusão do MBA, mas ganhou corpo com as oficinas dentro do Banco Central. Como me recusei a entregar os slides das aulas (conforme mandam os especialistas), resolvi retrabalhar a monografia adaptando-a à didática do curso. O livro agora é usado como documento impresso. Em vez de entregar slides ou apostila, meus alunos agora ganham um livro. Lá tem tudo o que ensino no curso, e mais um pouco!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Gráficos criativos

Não resisto a replicar a compilação de estatísticas sobre as mídias sociais, divulgada recentemente em vários blogs. Me encantaram os gráficos, especialmente o que tem a figura humana, mais ao final. Boas sugestões para reperesentação de informação quantitativa em apresentações. Para ver a imagem em mais detalhe, visite http://silviasaron.files.wordpress.com/2010/10/josetelmo-perfil-redes-sociais-brasil.jpg .

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Luz, sombra e imagens que enganam

Em postagem antiga, comentei sobre Frutiger e suas considerações sobre a luz e a sombra como elementos igualmente importantes na construção da imagem. Acabo de voltar da exposição de Escher no Centro Cultural Banco do Brasil. É a segunda vez que Escher vem a Brasília. Agora em grande estilo. Filas de curiosos para se embasbacar com os desenhos do grande artista, arquiteto, que dominou como nenhum outro a matemática para transformar cenas da natureza em enigmas visuais.

Escher convida a muitas reflexões sobre o design de apresentações. Uma delas, que comento inicialmente, é o uso controlado de áreas de luz e sombra. Diferente de Escher, que planeja imagens que nascem da luz para a sombra e depois da sombra para a luz. Basta olhar para o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=WwiYpV_-s0U&NR=1 para entender melhor o processo.

Depois de ver o vídeo, podemos observar a imagem abaixo e refletir sobre ela. Um simples gráfico de barras. O que há de errado com ele?













Note a distância entre barras. Quanto mais essa distância se parecer com a largura da barra, mais se reforça a impressão de que há barras brancas no gráfico. Isso gera confusão na percepção da imagem. Geralmente quem cria gráficos não tem formação em design e não observa a imagem que cria com vazios, brancos ou luz. Está tão fixado nos dados que se esquece de que o gráfico é uma imagem, e o espaço vazio faz parte da imagem. De repente, o gráfico fica confuso e atrapalha a percepção.

Kosslyn nos ensina a usar nossa limitação de percepção e desenhar gráficos de barra mais facilmente percebidos. A distância entre as barras, mais segura, é o dobro da largura da barra. Não dá? Use o princípio da discriminalidade, de Kosslyn: "duas entidades distintas só são percebidas se forem suficientemente distintas." Esse suficientemente, para Kosslyn, é uma diferença de no mínimo 25%. Em seu gráfico, distancie as barras em uma largura pelo menos 25% menor ou maior do que a barra do gráfico. Além disso, o mesmo Kosslyn sugere a regra dos 4: "nosso cérebro involuntariamente agrupa a informação em conjuntos de quatro".

Escolha as quatro variáveis mais relevantes para seu ponto de vista e apresente-as suficientemente espaçadas. Resolvida a questão!
Não é preciso ser nenhum Escher para trabalhar nesse nível da percepção. O que se espera é não criar novas imagens com luz que possam vir a atrapalhar a percepção da imagem gerada pelos espaços preenchidos com sombra ou cor.

domingo, 31 de outubro de 2010

Preciso explicitar a mensagem chave?

Essa foi uma das muitas perguntas feitas na minha última oficina Design de Apresentações para Gerentes de Projetos. Pergunta interessante. Não sei se existe uma resposta certa para a pergunta, então replico a que dei na oficina. Reynolds e Duarte sugerem que sim. Acho que eles podem ter razão. Muitas vezes, em comunicação, a mensagem chave só é explicitada para a equipe que coordena a comunicação. Mas todas as mensagens da campanha trazem a mensagem chave embutida. Em apresentações, acho que deve-se buscar, sim, explicitá-la. Mas o texto deve ter uma ênfase publicitária, como se fosse um slogan de campanha.

Também é possível comunicar a mensagem chave com uma imagem, um relato visual. E foi justamente o que fez o grupo dessa pessoa que fez a pergunta: construíram uma espécie de diagrama conceitual que narrava o ponto mais importante da apresentação. Para mim, era a mensagem chave que estava ali, bem lançada, pura, simples, totalmente visual, sem texto.

domingo, 24 de outubro de 2010

Treinamento em Brasília

Esta semana será fechada a primeira turma do curso Design de Apresentações, promovida pela empresa Plano Pro 2 Associados, em Brasília. Serei a facilitadora deste evento de treinamento. Será minha primeira turma fora do BC. Tenho tido bom feedback dos alunos de minhas oficinas no BC. Na oficina, faremos juntos a elaboração de uma apresentação, e depois a avaliaremos. Quem participar da oficina, tenho certeza, sairá com uma percepção diferente sobre apresentações, e, espero, capacitado a elaborar apresentações mais eficazes! Vejo vocês lá! Mais informações:
http://www.plano.inf.br/portaltreinamento/index.php/courses/details/68

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cognitive media

Hoje descobri um site hiper legal, o http://www.cognitivemedia.co.uk/wp/ . São ilustradores de palestras. Eles criam metáforas visuais para apresentações, e também fazem as minutas das reuniões com metáforas visuais. Não basta ilustrar bem para fazer isso. É preciso compreender o problema, construir uma história e ilustrá-la com as metáforas. São geniais!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Super site de cores!

Hoje recebi o link para um site super legal para quem ama cores http://www.colourlovers.com/! Fonte de inspiração para lindas palhetas de cores, hiper criativas. E o melhor: criadas por todos nós. Isso mesmo, trata-se de um mega ambiente de colaboração. Criei uma palheta lá, a partir de uma foto que tirei numa praia em Natal! É muito fácil, divertido, e acima de tudo, inspirador. Outra coisa muito legal que vi lá foi um estudo de cores na web. Um círculo das cores demonstra a tendência de uso da palheta por tipo de website. Vale uma conferida: http://www.colourlovers.com/business/blog/2010/09/15/the-most-powerful-colors-in-the-world.

domingo, 5 de setembro de 2010

Semiótica aplicada

Hoje incluí na lista de livros o de Lucia Santaella, que é uma aula de semiótica, com exemplos de aplicações variadas, em publicidade, arte, vídeo. Todos absolutamente válidos para reflexões sobre o uso de imagens e efeitos visuais, e suas possíveis construções de significados em diferentes públicos. Vale a leitura do livro, que além de instrutivo, é de utilidade imediata a quem elabora slides para apresentações. Santaella busca referências em Pierce, que por sua vez se alicerça na fenomenologia, num texto muito gostoso de ler. Como curiosidade, veja como a galera do design de interfaces aproveita as dicas da autora, assim como outras referências dela, no site usabilidoido.  O link na imagem do livro remete ao site de uma livraria que tem uma resenha muito bacana do livro.

sábado, 4 de setembro de 2010

Buri, a cor mais útil do mundo!

Como escrevi na postagem anterior, tirei algumas lições de minha recente turma da oficina Design de Apresentações. Uma delas, com certeza a mais divertida, foi a do Buri. Ao falarmos sobre a subjetividade na percepção das cores, enfatizei que cada um de nós percebe as cores de modo diverso. Isso ocorre porque cada um tanto vê diferente, falando do mecanismo fisiológico de percepção, como processa de modo diferente. Isso porque cada um associa as cores às experiências que teve com cores ao longo da vida.

A turma até brincou, falando da escala de cores abaixo, que rapidamente recebi de um aluno.

Logo um deles contou a história de um amigo que tinha um fusca da cor Buri. Isso mesmo: Buri. Estava assim no documento do carro. O sujeito aproveitou-se do fato para mudar o carro da cor que quisesse: azul, vermelho, verde, amarelo. Ninguém sabia o que era Buri mesmo! 

Tudo o que seu mestre mandar

Na semana que passou, conduzi mais uma oficina Design de Apresentações. A turma era muito animada e participativa. Esta é minha terceira turma, e acho que mais aprendo do que ensino. Tirei várias lições desta oficina. E uma delas foi a reflexão mais amadurecida sobre o uso de slides mestre. Passei muito tempo explicando a importância de um padrão visual, como sempre. As oficinas focam muito na questão do padrão norteando a apresentação, orientando o olhar e reduzindo a carga cognitiva.

Após a aula sobre tipos de slide de um padrão, expliquei que o modo de preservar o padrão no PowerPoint é utilizando o recurso de slide mestre. Só que esse software oferece tantas opções de slide mestre que se torna difícil optar por um deles. O problema aumenta quando a gente começa a analisar cada template de mestre do programa. Todos eles oferecem imagens no plano de fundo. Imagens decorativas que se repetem. Imagens que desviam olhar para informação nenhuma.

Assim, a dica é criar seu próprio padrão. Simples, com plano de fundo de um único tom. Também é muito importante definir uma palheta com poucas cores no seu mestre: segundo Duarte, três cores no padrão. Acha pouco? Tudo bem, use mais duas, no máximo, uma para destaques e outra neutra.

Mas dá um trabalho danado criar um mestre, e só preciso de uma apresentação com dez slides. Nesse caso, não vá perder tempo com o mestre. Escolha o mais simples de todos, exiba-o e apague tudo o que tem nele. Crie uma estrutura com grid e linhas guia para orientar seus alinhamentos, e vá em frente.

Agora, se sua apresentação é longa, complexa, tem várias partes e você provavelmente terá que reutilizá-la, vale a pena criar um padrão para cada tipo de slide, com um mestre que você vai definir, nomear e salvar para usar depois. Vai tomar um tempo grande, mas só para a primeira. Nas outras, vai estar tudo mastigado e fácil para editar!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Adrian Frutiger

Acabo de alimentar no blog mais um livro que fez parte da minha pesquisa. Este é um clássico. Sinais e Símbolos, de Adrian Frutiger. Fala da morfologia dos sinais, desde os símbolos mais simples, como o ponto, passando pelo traço, até sinais mais complexos. O que o autor escreve sobre luz e sombra nos faz pensar. Um traço sobre papel é, afinal de contas, o preenchimento de vazios ou a retirada de luz? Frutiger lembra que se pensarmos em uma escultura que nasce de um bloco de mármore, por exemplo, a forma nasce da retirada dos excessos. Do mesmo modo, podemos perceber as imagens de apresentações como a ocupação de áreas de onde a luz foi retirada. Pensando assim, vemos que a luz tem tanta importância quanto a sombra, e que por isso os vazios também fazem parte das composições visuais que observamos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Prezi: ferramenta bacana!

Hoje um colega "informático" me apresentou ao Prezi . Muito embora o assunto da vez seja a campanha presidencial, não tem nada a ver com apelido de presidente com erro de ortografia. É uma ferramenta bem interessante. Em ambiente colaborativo, é possível construir apresentações sem pagar nada. Desde que tenha até 100MB. Você também pode pagar pelas versões para o seu desktop, e não me pareceu um custo alto para quem faz muitas apresentações.

O que ainda não explorei muito, e de início me deixou um pouco enjoada (literalmente), foi a forma de apresentar. Parece que a lógica é construir um grande mapa mental que será o seu mapa da apresentação. Você vai jogando as idéias e redimensionando. Depois de tudo organizado na mesma tela, aponta o caminho para apresentar, com setas que não são mostradas para o observador.

No modo de apresentação, o programa vai mostrando tudo seguindo o caminho das setas, dando zoom in e zoom out. De primeira, achei visualmente bacana. Mas confesso que fiquei tonta e perdi a paciência. Mas não o suficiente para não tentar mais uma navegada lá e ver se realmente vale a pena construir apresentações ali. Visualmente ele é muito bacana mesmo. Acho que, no fundo, aplicando os mesmos conceitos do passo a passo de se construir uma apresentação, todas as ferramentas servem. Umas com mais frescura, outras com menos. O que importa mesmo é a história que será contada, se ela tem coerência, se ela causa impacto na platéia (racional + emocional). Sem deixá-la tonta ou enjoada...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palestra em Brasília

Reproduzo a divulgação da palestra de agosto, em Brasília, pela Plano Consultoria.

NEWSLETTER - Agosto 2010 - Palestra

Convido todos à palestra: Design de Apresentações

Palestrante: Manuela Nogueira Loddo

Arquiteta, MA pela University of North London (atual London Met), especialista em Gestão da Comunicação Organizacional pela USP/UniBacen. Tem atuado na área de comunicação: publicidade, design e arquitetura da informação há 13 anos, como servidora do Banco Central, onde coordenou a elaboração dos padrões visuais de apresentações corporativas, e tem elaborado diversas apresentações institucionais. Elaborou a interface de ensino a distância "Apresentações para facilitadores" e tem atuado como facilitadora da "Oficina Design de Apresentações para Gerentes de Projetos". Autora do livro Design de Apresentações, a ser publicado no segundo semestre de 2010, pelo BC. Autora e ilustradora de livros infantis.

Data: 16 de agosto de 2010

Local: Livraria Cultura – Shopping Casa Park – SGCV Sul Lt. 22 Lj. 4 A – Zona Industrial - Guará

Horário: 19h30

A palestra aborda aspectos relacionados ao modo de se preparar e estruturar apresentações com elementos de apoio visual, notadamente com o uso do popular software PowerPoint. São abordadas as regras gerais pela ótica da comunicação e do marketing e em seguida as etapas da elaboração. Como planejar a apresentação e os slides. Análise do público e a definição dos objetivos da comunicação. Conteúdo das mensagens e as técnicas para sua estruturação. Partes da apresentação, padrão visual e padrão dos slides. A palestra inclui ainda, dicas de como usar elementos visuais como tipografia, cor, imagens, gráficos e animações como reforço à comunicação e ao aprendizado.

Lançamento: Oficina Design de Apresentações para Gerentes de Projetos - carga horária de 20h/a – início em 16/09/2010.

Inscrições – www.planopro2.com.br (eventos) ou com Lilia – 61- 3964-9404

domingo, 1 de agosto de 2010

Alinhamentos

Ainda falando de texto. Blagh, texto em slides. Odeio isso. Mas se você não odeia e insiste em escrever em seus slides, escreva direito. Evite o alinhamento justificado. Ele cria vazios entre as palavras que diferem conforme o tamanho das palavras nos textos dos slides. Pode minimizar isso hifenizando as palavras, mas aí você vai acabar com a paciência de sua plateia. Bom, pode fazer de propósito, se quiser deixar sua audiência irritada.

Outra coisa boa de se evitar é o alinhamento centralizado.
Se já é difícil acompanhar cada linha que começa no mesmo ponto, o que dirá um texto que a cada linha inicia em um alinhamento novo à esquerda.

Quer fazer direito? Simplifique. Reduza, resuma e alinhe à esquerda. O alinhamento à esquerda preserva o ritmo da leitura. Mesmo que não fique "bonitinho" cada linha terminando em um ponto diferente. O que importa é que todas iniciem no mesmo ponto, e que os espaços entre palavras seja preservado. Isso evita que seu texto "engasgue".

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nancy e Lucy

Essas duas aí deveriam ser amigas, se parecem até no nome. Conheço-as por seus livros. Nancy Duarte, expert em design de apresentações. Lucy Niemeyer especialista em tipografia. A razão de juntá-las na mesma postagem é o fato de que ambas, por caminhos diversos mas passando pelo design, falam de um tipo de texto em seus livros. O texto publicitário. Quando falamos de apresentações, precisamos focar naquilo que capta a atenção do público/plateia. Com certeza, uma lista infinda de palavras com marcadores deixará sua plateia pra lá de entediada. Geralmente o apresentador sabe muito mais do que consegue escrever no PowerPoint, ou do que as pessoas conseguem ler. Ele precisa traduzir sua ideia graficamente para criar um vínculo emocional com o conteúdo e seu discurso ser tanto entendido quanto lembrado.

Porém, muitas vezes não se consegue uma imagem ou um diagrama que traduza determinada ideia. Mas é possível buscar uma mensagem que seja simples e que contenha a essência do conteúdo que será detalhado no discurso. Aí entram Nancy e Lucy. Nancy com a abordagem dos outdoors. A autora sugere o uso da linguagem publicitária, ou até de sinalização. Lucy sugere os princípios ergonômicos de usabilidade. Toda vez que for escolher um tipo gráfico, pense neles. Qual o objetivo da comunicação? Precisa ser legível, compreensível e memorável. Legibilidade, leiturabilidade e pregnância. Textos curtos e grossos. Literalmente: frases curtas com letras grossas e sem serifa. Nada de frescura na tipografia. Qualquer frescura dificulta a leitura e o entendimento. Quer tentar?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mais critérios ergonômicos de usabilidade

Em postagem anterior, falei do critério ergonômico de usabilidade de Niemeyer denominado legibilidade. Hoje falo de leiturabilidade e pregnância. Leiturabilidade, segundo a autora, é a característica do texto que facilita a compreensão da mensagem. Ou seja, é uma associação da legibilidade, atributo mais intimamente ligado à tipografia escolhida, com a linguagem, ou as características semânticas do texto que o tornam claro. Assim, um texto será mais facilmente compreendido na medida em que for tão bem escrito quanto tiver uma tipografia bem escolhida.

Já a pregnância é aquela característica que oferece destaque e relevância a elementos escolhidos na mensagem. É um recurso muito utilizado em textos publicitários. Quando se pretende chamar a atenção para partes de uma mensagem, utilizam-se critérios de legibilidade, leiturabilidade e pregnância. Assim o texto fica, legível, compreensível e memorável.

O conhecimento desses critérios é importante para se trabalhar melhor as mensagens dos slides em apresentações. Porque neles há o desafio da simplicidade. Suas mensagens precisam ser curtas, claras, legíveis e memoráveis.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dragnifier e Zoom it

Um amigo publicitário me deu uma dica que somente hoje tive tempo para testar. E aprovei! Ele me falou sobre o Zoom it, que é uma ferramenta free que oferece uma lupa que ajuda a ampliar imagens em apresentações. Também pode ser usada para edição de imagens, e é útil para isso.

Não encontrei versão da ferramenta para o sistema operacional Vista, que é o que uso. Mas encontrei outra bem interessante, que é esta da imagem. Dragnifier. Assim como o Zoom it, tem a lupa, e nela você diz que teclas de atalho vai usar para chamar sua lupa. Também é possível alterar o formato da lupa (quadrado, retangular, circular) e trocar a proporção do zoom (2x, 4x, 8x), isso tudo só com o atalho que você mesmo criou! Outra facilidade da lupa é que ela traz uma régua de pixels, o que é bastante útil para quem trabalha com imagens.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tipografia

Hoje acrescentei o livro de Lucy Niemeyer sobre tipografia. Livro básico, excelente para quem está em fase de iniciação sobre o tema. Tipografia é sempre um nó quando o assunto é apresentações. Um slide bem elaborado deve fugir do texto como o diabo foge da cruz. Mas a gente precisa, muitas vezes, dar um título, dar uma dica com texto mesmo. E aí, que texto escolher? Niemeyer ensina critérios ergonômicos de usabilidade para os tipos: legibilidade, leiturabilidade e pregnância. Vamos ficar só no primeiro, que é o mais simples. Quando um tipo é bem desenhado, torna-se fácil perceber a diferença entre os caracteres: ninguém confunde "e" com "a" ou "o". O desenho de cada letra torna-a única e fácil de ser distinguida das demais. Assim, quanto mais diferente uma letra da outra, mais fácil a leitura.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Comunicação com poucas cores

Nancy Duarte orienta para o uso de uma paleta de três cores em apresentações. A autora sugere esse número ideal, com no máximo o acréscimo de duas cores: uma para destaques, outra neutra. Se consultarmos Johannes Itten, da Bauhaus, o autor orienta para a harmonização de cores com a utilização do círculo das cores. Segunto Itten, conseguem-se combinações harmônicas com o posicionamento de formas geométricas (quadrado, retângulo, triângulo equilátero e isósceles) sobre o círculo das cores. Itten sugere a harmonização de todas as cores com o cinza neutro.

Assim, lembrando a dica de Duarte, paleta de três cores com mais duas, sendo uma neutra, podemos concluir que a parte de baixo da figura de Itten, que utiliza os triângulos para harmonizar cores, é uma excelente dica para cores harmônicas em apresentações. E todas se combinam com o cinza neutro.

Imagem: Barros, pág. 95.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dica de media training

Hoje acrescento mais um livro à bibliografia. A dica veio de minha orientadora, a professora Heloiza Matos, que hoje é pesquisadora na Cásper Líbero. A Representação do Eu na Vida Cotidiana é um livro encontrado ali pelas estantes de psicologia e sociologia. A Prof. Heloiza indicou esse livro no curso de media training.

O que é que media training tem a ver com apresentações? O principal: conhecer seu público. Toda interação entre pessoas, diz Goffmann, é uma representação. Estamos sempre representando. Para sermos aceitos em sociedade. Para representarmos nossos papéis e sermos aceitos perante nossos públicos, precisamos conhecê-los. Voilá! Você vai fazer uma apresentação. Para quem? De onde vem seu público? Que linguagem esse público entende? Qual sua formação acadêmica? Quais os ritos com os quais está acostumado? Que mensagens o conquistarão? Estude seu público, conheça seu público, defina o melhor modo de conquistá-lo, de estabelecer uma conexão saudável com ele. É a primeira coisa que deve fazer antes de preparar sua apresentação.

sábado, 17 de julho de 2010

Dicas visuais

Esta semana precisei elaborar uma apresentação de um plano de comunicação. O plano continha três momentos de ações: pré-lançamento do produto, lançamento e pós-lançamento. Na primeira apresentação, para o chefe imediato, deixei claras as transições entre os momentos. No entanto, o chefe a todo momento perguntava: "em que parte mesmo estamos? Já passamos pelo lançamento?" Lá pelas tantas, ele se virou para mim e disse: "sabe, não está claro em que momento do plano nós estamos, dá pra dar alguma orientação nos slides?"

Concluí que o problema era que não havia dicas em cada slide, mas somente nos de transição. Assim, resolvi incluir dois elementos visuais: a cor de fundo e os balões discretos no canto superir esquerdo. Assim ficou tudo muito mais fácil de acompanhar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Quando a luz não atrapalha


A paleta de cores nas imagens projetadas recebe forte influência da luz ambiente. Isso porque a mistura de cores é do tipo luz, ou o que chamamos de síntese aditiva. Você deve se lembrar do jardim de infância, quando a professora ensinava que as três cores básicas são vermelho, azul e amarelo, e a mistura de todas elas, você deve ter descoberto sozinho, dava preto. Então, não é nada disso: essa mistura da sua infância é o que chamamos de síntese subtrativa.

Na cor luz  (imagem acima), temos o branco atuando na mistura. O branco é a luz pura, a luz do ambiente. As cores básicas nessa mistura, como você deve saber, são o vermelho, o verde e o azul, escala mais conhecida como RGB (red, green, blue). Por isso os projetores têm três lâmpadas, uma vermelha, uma verde e uma azul. Quando uma delas não está calibrada, todo seu trabalho de escolha de cores vai pelo ralo.

E há outro problema: se você deixar a sala escura, seus slides aparecerão mais. Porém, quanto mais eles aparecerem, mais você irá sumir. Se escurecer muito, a galera vai dormir. Se clarear muito, o branco da luz ambiente interfere na sua paleta, esmaecendo-a. O que fazer?

Procure conhecer o ambiente da apresentação previamente. Procure otimizar o contraste de cores nos seus slides. E planeje sua apresentação para te apoiar. Não deixe a sala totalmente escura, afinal o apresentador é você.

E a luz, quando não atrapalha? Hoje em dia existe uma tecnologia muito bacana que acredito irá revolucionar os projetos de ambientes de apresentações. E vai acabar com essa história de que as apresentações só ficam bonitas se feitas no escurinho. Trata-se de uma película da 3M, o Vikuiti. A película é aplicada sobre superfícies de vidro que com ela se transformam em grandes telas de projeção, e é composta por microesferas que criam áreas sombreadas que não deixam a luz ambiente atrapalhar a projeção. O detalhe é para o projetor, que precisa ser posicionado atrás da tela. Isso exige algumas proporções adequadas e distâncias para funcionar. Por isso, se você estiver pensando em reformar os auditórios de sua empresa ou suas salas de reunião, pense em novas tecnologias de projeção e deixe um espaçozinho extra atrás da tela de projeção.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um pouco sobre cor

Hoje acrescento quatro livros sobre cor. Os livros de Duarte e Reynolds tratam do assunto com foco em apresentações. Inclusive, Duarte dá excelentes dicas de como definir paletas de cores. Porém, é sempre bom consultar outras fontes. Afinal, cor é um assunto de muita complexidade e todo cuidado é pouco.

O livro de Modesto Farina tem foco na aplicação da cor em publicidade. No entanto, os capítulos iniciais descrevem tudo quanto é estudo sobre cor, teorias pela área da física, da fisiologia e da psicologia. Vale uma leitura. Ele descreve com esquemas gráficos o fenômeno ótico da cor, como percebemos a cor, sua subjetividade e outros aspectos interessantes.

O livro de Barros é fruto de seu doutorado e uma aula sobre cores a partir dos mestres da Bauhaus. Acho especialmente interessante a parte de harmonização das cores a partir do círculo das cores e das formas geométricas sobrepostas, na teoria de Johannes Itten. Para quem não tem noção de como combinar e harmonizar para uma paleta agradável, é uma ótima dica. Barros também fala muito da Doutrina das Cores de Goethe, que incluí no blog para quem tiver mais interesse nos aspectos psicológicos das cores.

O livro de Barros me gerou mais curiosidade sobre os estudos de Albers, que desenvolveu mais suas análises sobre cor depois que saiu da Alemanha para Yale. Aliás, essa Yale é danada: Albers, Tufte, esses caras vão todos parar lá... voltando a Albers, seu livro é quase uma viagem psicodélica. Não à toa, Albers é denominado o pai da Op Art. Nas páginas finais, uma riqueza enorme de estudos de interação da cor, recheada de fenômenos óticos com cores, explicados em sua razão fisiológica. O efeito, sua razão, nossa limitação de percepção, enfim, se quiser enganar os sentidos utilizando a cor, o livro de Albers é um prato feito!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais quatro livros

Hoje adicionei quatro livros bons, dois deles bem recentes, lançados este ano. Começo com o bom e velho Kosslyn, desta vez com um livro só sobre gráficos. São os mesmos oito princípios de cognição apresentados em Clear and to The Point, mas enquanto o foco daquele é a apresentação, este só aborda os processos cognitivos na percepção dos gráficos.

Em seguida, Presentation Zen Design, do mesmo Garr Reynolds. Propositadamente deixei o link para a resenha do site do autor, portanto o clique leva a um ambiente de fonte de informação confiável. Confesso que tive certa decepção com este segundo livro de Reynolds. Enquanto no primeiro ele parecia descobrir a pólvora, neste ele trabalha mais sobre exemplos de aplicação do que orienta no primeiro livro. A novidade é o capítulo sobre gráficos, no qual busca referências justamente em Kosslyn.

Logo abaixo, dois Robin Williams (não é o ator, mas a designer). O bom e velho amarelinho, que tem versão em português, é de enorme utilidade. O outro, mais recente, aplica os mesmos princípios do mais antigo, só que a apresentações. Não entra em aspectos de conteúdo, apenas de formatação.

Boa leitura!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Organização perceptual

Este princípio de Kosslyn diz que as pessoas automaticamente agrupam elementos em unidades, às quais prestam atenção e das quais se lembram com mais facilidade. O sistema cérebro-ocular automaticamente agrupa elementos visuais em unidades de percepção. Como cada unidade é uma entidade psicológica - e não física - não é possível determinar se um slide tem informação demais simplesmente contando-se as marcas da tela. No entanto, é possível entender como funciona a organização perceptual.

Olhe para as duas imagens. Ambas reproduzem slides com a mesma informação. A única diferença é o agrupamento da informação em unidades perceptuais. Viu como você percebeu?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Regra dos Quatro

Um dos princípios de cognição de Kosslyn diz que nosso cérebro tem limitada capacidade de percepção. Kosslyn, assim como Sweller, ensinam que nós temos dois tipos de memória: a memória de trabalho, ou de processamento, e a memória que é o repositório de informações. A primeira é pequena, ou tem menor capacidade do que a segunda. Quer dizer que, ao sermos apresentados a informações novas, utilizamos imediatamente a memória de processamento (a mais "curta"). Ela prontamente começa a ativar a memória e a buscar informações no repositório que tragam sentido à nova informação.

Sweller chama o esforço de uso da memória de trabalho, ou processamento, de carga cognitiva. E diz que devemos minimizar a carga cognitiva em processos de aprendizado. Kosslyn ensina como fazer isso em apresentações. Seu princípio da limitação de capacidade ensina que só conseguimos processar quatro grupos de informação por vez. Portanto, se precisar exibir um gráfico, busque agrupar as variáveis em grupos de quatro. Quatro grupos de quatro, por exemplo. Quatro barras num gráfico de barras. Quatro fatias num gráfico de pizza. Aproveite para fazer um esforço de síntese, que é muito útil para sua plateia. Todos irão agradecer. E, o que é melhor: todos irão entender.

sábado, 3 de julho de 2010

Comece pelo começo II

Na postagem anterior, sugeri a técnica do "cara de sorte" (card sorting), para organizar as idéias e estruturar o conteúdo antes de montar os slides. Nesta postagem sugiro outra técnica bem interessante: mapas mentais. Os mapas mentais podem ser elaborados tanto em papel ou em computador. Eu utilizo um software livre muito fácil de usar, o freemind. Há outros. Há também muitos livros sobre mapas mentais. Para estruturar uma apresentação, o uso é bem simples: um círculo no meio da página (ou tela) e as partes da apresentação lançadas em sentido horário, iniciando pelo canto superior direito. A vantagem do uso do mapa mental em software é a facilidade que ele oferece de copiar, colar, mover e trocar as partes da apresentação e seus conteúdos de um lado a outro, até que se obtenha uma lógica interessante para a apresentação. A imagem é de um mapa mental que utilizei para estruturar uma apresentação sobre apresentações.

Há também a técnica do story board, que é muito utilizada em publicidade. É uma espécie de card sorting. Para quem tem muita familiaridade com o PowerPoint, é possível utilizá-lo numa etapa anterior à da apresentação, no modo Classificação de Slides, com um zoom que permita usar cada slide como uma espécie de card, e lançar ali suas idéias. O story board lembra uma história em quadrinhos, pois é mais visual. É uma forma de praticar o raciocínio visual. Em vez de palavras, esquemas e diagramas.

Qualquer que seja a técnica escolhida para começar sua apresentação, o que importa é você estabelecer um processo de raciocínio divergente, como um brainstorm (individual ou em grupo): mude a posição dos slides, olhe para o todo, defina a estrutura da apresentação. Só depois do recorte de conteúdo definido, vá para a construção mais definitiva dos slides. Acredite, isso traz um enorme ganho de tempo, pois você já terá seu grande mapa, e para montar os slides, bastará seguir seu mapa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comece pelo começo

Cada postagem que faço neste blog me causa uma estranha sensação de escrever o óbvio. Na verdade, tudo o que pesquisei parece realmente óbvio. Talvez por isso passe despercebido. Tudo o que tenho escrito aqui está na nossa cara, a nossa vista, e simplesmente não vemos. Então, por que não explicitar e escancarar o óbvio? Agora, à vaca fria. Sotaque francês: "hoje falarremos de como inisssiar uma aprezentazon". Chique, não?

Se você é do tipo que inicia sua apresentação com o PowerPoint, pare agora e reflita um pouco. O que adianta abrir um software recheado de recursos e de sugestões de layout, se ainda não sabe direito o que vai falar? E se estiver "falando" por alguém, pior ainda.

Pare tudo. Desligue o computador. Pegue um bloco velho de papel. Ou então, retire folhas tamanho A4 de sua impressora (ela não vai reclamar), dobre duas ou quatro vezes, e rasgue-as na dobra. Eis aí seus slides em branco. Agora pegue uma caneta bem grossa e comece a rabiscar essas folhas de papel sem a menor pena. Escreva cada idéia que pretende comunicar em uma folha. Atenção: uma idéia por folha. Nada de slides carregados. Depois de escrever tudo, tente organizar em uma sequência lógica. Não tenha pena de jogar slides fora. Rasgue mesmo. Quanto menos, melhor. Pense em seu público. Quanta coisa pretende contar a eles em uma única apresentação? Coloque-se no lugar deles. Tenha mais piedade de sua platéia do que de seus slides sobrecarregados.

Espalhe sua apresentação numa mesa grande. Ou no chão. Olhe para ela. Veja se faça sentido. Isso se chama card sorting. Se falar bem rápido, vai ver que quem faz isso é um cara de sorte. Porque com ela, você ganha muito tempo. É uma técnica muito comum para organizar conteúdos projetos de websites. Agora você vai aplicá-la em projetos de apresentações. Pode lançar seus slides no PowerPoint, você terá ganho muito tempo com isso.

Nancy Duarte (veja o livro Slide:ology, ao lado) recomenda o menor formato de papel, post it mesmo, e a caneta mais grossa possível, pincel atômico mesmo. Isso vai exigir de você um esforço de simplificação desde o início.

Bom, esse papo careta é para a galera da minha geração. A geração Y provavelmente vai achar isso muito véi. Calma, geração Y, vai ter postagens pra vocês também. Se bem que meu tempo é bem mais lento do que o de vocês. E provavelmente irão ler (se é que alguém lê este blog) e dizer: já sabia disso.

Imagem: www.istockphoto.com

sábado, 26 de junho de 2010

Ways of Seeing

Este livro me foi apresentado por Rosemary Granville, minha orientadora de mestrado, em 1992. Por incrível que pareça, o livro tem a ver com arquitetura, arte e design, tanto é que é uma das bases bibliográficas de meu trabalho sobre design de apresentações. Também consultei o original de Walter Benjamin. Mas a essência do trabalho de Benjamin no que interessa a apresentações são suas reflexões sobre o poder da imagem sobre o das palavras, bem recortados em Ways of Seeing. Não a toa, neste livro deixo o link para a Wikipédia, em vez do site de alguma livraria. O trabalho merece. O velho jargão "uma imagem vale mais do que mil palavras" se aplica muito bem ao design de slides de apresentações. Ou seja, se você puder comunicar um conceito com uma imagem, e apoiar seu discurso com ela, não somente economizará tempo e paciência de sua platéia, como realmente conseguirá um vínculo emocional ao seu discurso racional. Segundo Godin (veja referência nos links deste blog) não adianta toda racionalidade se você não conquista pelo emocional. Assim, se quer convencer seu cliente, seus stakeholders ou quem quer que seja seu público, lembre-se de que o apelo emocional vem antes do racional. E que a imagem traz consigo a carga emocional que mil palavras de um discurso talvez não tragam.

E não são somente as imagens que trazem a carga emocional necessária à conquista do público. Dizem os especialistas que, se a platéia não for com a cara do apresentador, se não gostar de seu jeito de falar, de seu gestual, ou até de seu modo de vestir, adeus. Não há conexão. Não há comunicação. Neste caso, o discurso só servirá para irritar cada vez mais sua audiência. Resumo da ópera: o emocional vem muito mais rápido do que o racional. Não adianta você ser um Einstein do conhecimento, se não consegue se comunicar com empatia.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quantos slides por apresentação?

 Depende. Tudo é relativo. Você pode proferir uma linda palestra sem usar o PowerPoint. Se for capaz, talvez seja a melhor palestra de todo o evento. Mas pode usar o PowerPoint para ilustrar seu discurso. Mas lembre-se: tudo que for projetado tem um poder muito maior de captar a atenção das pessoas do que você próprio terá. Nós temos, na visão, um canal de entrada de informação poderosíssimo. O que nos aparece por esse sentido tem a força de buscar no nosso repositório da lembrança uma série de informações que farão sentido diferente para cada pessoa a cada imagem apresentada. Difícil de entender?

Então vamos tentar buscar a concretude dos irmãos Heath. Digamos que você irá falar sobre futebol. Sobre o Dunga, por exemplo, já que é o assunto da vez. Pode proferir um discurso sobre ele sem mostrar uma imagem dele. Pode falar bem. Pode falar mal. Pode só falar, sem apoio visual. Mas, digamos que queira enfatizar um aspecto positivo do Dunga. Falar bem. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo uma linda jogada. Enquanto ouvem sua voz, as pessoas apreciarão a imagem, sua estética, e resgatarão, na lembrança, as sensações boas que aquela imagem lhes causa. Digamos que queira, ao contrário, falar mal. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo cara feia, xingando, imagens captadas em momentos de raiva do atual técnico da seleção. Ao ver a imagem, enquanto você fala, é natural que as pessoas, desta vez, resgatem na sua memória momentos desagradáveis.

Em suma: tudo o que você fala pode ser amplificado em sua carga semântica dependendo da carga emocional da imagem projetada associada ao tom de seu discurso. Essa é a lógica da definição de quantos slides por apresentação. Pergunte a si mesmo: preciso usar imagens? Com que objetivo? Posso proferir um discurso inteiro com uma única imagem? Que reação desejo que cada imagem cause na platéia?

Lembre-se: a mesma história pode ser contada de diversos modos. Você pode falar bem... ou mal... de Dunga com nenhuma imagem, com uma única imagem ou com uma sequência delas. Cada formato escolhido causará um impacto emocional e consequentemente racional em sua platéia. É essa reflexão que determina a quantidade de slides em uma apresentação. Você pode ler a mesma fábula ilustrada ou não. Isso depende sempre de seu público e do objetivo da comunicação.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mensagens com imagens, metáforas visuais

Quando a mensagem é bem trabalhada, ela pode ser transmitida com sabedoria apenas ao se apresentar uma imagem bem escolhida. Foi o que ocorreu com os alunos da minha segunda oficina de design de apresentações. O tema da apresentação era árido: Como Liquidar um Banco. Com apenas três slides da apresentação dos alunos, tem-se uma idéia da história que foi narrada.

Imagens de gettyimages.com
(slides: Analice, Fábio, Climério, Emanoel e Felipe)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cuidado com a sobrecarga!

Ontem um colega a quem dei algumas orientações e que leu minha apostila mostrou-me uma apresentação que reformatou. Aconteceu com ele um processo parecido com o que ocorreu com alguns alunos de minha primeira oficina. Ficou extremamente empolgado com o uso de imagens. Ele conseguiu transformar uma apresentação visualmente sem graça em uma peça visual muito interessante. No entanto, focou somente na comunicação de mensagens com imagens. Não há fórmula para tudo. Mas há o bom senso. Tudo aquilo que sobrecarrega nossa percepção deve ser considerado. Assim, se sua apresentação tiver uma sobrecarga visual, pode apostar que sua platéia vai ficar perdida. O discurso visual também precisa de coerência e harmonia, de começo, meio e fim. Coloque-se sempre como se fosse membro de sua própria plateia. Sem máscaras. Não bata palmas para si mesmo, mas procure toda e qualquer oportunidade que  faça você ter vontade de vaiar. Esse é o primeiro passo para reconhecer se seu trabalho está bom, arregaçar as mangas e melhorá-lo!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como trabalhar o conteúdo de apresentações?

Hoje acrescentei mais dois livros que acho que são fundamentais para a construção do discurso. A Arte Poética, de Aristóteles, e Idéias que Colam, dos irmãos Heath. Aristóteles fala de muitos elementos fundamentais às boas narrativas. São elementos que tornam eternas algumas fábulas e outras narrativas épicas. Um deles é a surpresa. Para haver surpresa, é preciso haver ritmo. Apresentações são nada mais do que narrativas. Devem ser estruturadas como relatos, com princípio, meio e fim. E o que as torna eternas, memoráveis, diferentes? Um dos elementos é a surpresa. para Aristóteles, as grandes narrativas precisam de grandes mudanças, que façam como que o leitor ou a platéia fique emocionada, com pena, com raiva, enfim, que desperte algum sentimento profundo em relação à narrativa. Veja Édipo Rei, por exemplo: o sujeito era o máximo, descobriu o enigma da esfinge, salvou toda a cidade, casou-se com Jocasta, tornou-se rei do pedaço. De repente, a rainha é sua própria mãe. Que mudança radical! O livro dos irmãos Heath não é diferente. Fala de seis elementos comuns às boas narrativas, analisadas nos discursos e nos processos pedagógicos de grandes professores americanos: simplicidade, surpresa, concretude, credibilidade, sentimentos e relatos. Esses princípios, aplicados a apresentações, tem o poder de construir apresentações fantásticas e inesquecíveis!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Livro de Stephen Kosslyn

Este livro é um dos pilares de meu trabalho de conclusão de curso. Kosslyn é um gênio da cognição. Conhece a fundo o funcionamento do cérebro humano e neste livro aplica oito princípios de design e cognição ao caso específico de elementos de apoio visual a apresentações. Ou seja: otimize as imagens de suas telas de PowerPoint. Os princípios ajudam a entender a melhor forma de exibir imagens, desde conceitos abstratos, como diagramas explicativos, até conceitos concretos, brilhantemente exemplificados com gráficos. São excelentes as dicas sobre gráficos de pizza, de barras e de linhas. Clique sobre a imagem e leia o review do livro no site da editora (Oxford University Press). Boa leitura!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Bem vindo a este blog!

Resolvi compartilhar na web um aprendizado que acredito que possa ajudar muita gente que faz apresentações. Se você é daqueles que acha que é perda de tempo elaborar apresentações em PowerPoint, tenho pena de sua platéia. Se for usar o PowerPoint, navegue por aqui de vez em quando para aprender um pouco. Tenho certeza de que seu tempo será bem utilizado. Os três livros ao lado são os primeiros de uma série de dicas que vou publicar aqui aos poucos. Edward Tufte é professor em Yale, e ao lado incluo seu paper The Cognitive Style of Powerpoint. O autor é absolutamente cético em relação ao uso massificado dessa ferramenta, e tem lá sua razão. Ele chega a culpar a ferramenta por decisões equivocadas, tais como a explosão de uma nave espacial americana (Challenger) na década de 80. Tufte é especialista em análise de informação complexa, com múltiplas variáveis. Ele apresenta cinco princípios que denomina de design analítico da informação, dos quais falarei em futuras postagens. Sinta-se à vontade para ler da fonte, que é bem melhor! Os dois autores que seguem, Nancy Duarte e Garr Reynolds, são especialistas em design de apresentações. Vivem disso. E suas dicas são preciosas. Ambos oferecem uma gama enorme de outras fontes bibliográficas, que também alimentarei neste espaço, à medida que o tempo me permitir. Por enquanto, vá curtindo minha seleção de links, ao lado, e inicie pelo paper de Seth Godin, Really Bad PowerPoint. Só com ele você já terá outro olhar sobre suas próprias apresentações!