Pout pourri de slides

Pout pourri de slides
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"Eu tinha uma apresentação vital para fazer em minha carreira, mas o material que havia preparado estava muito aquém do desejado. O bom-gosto e a experiência da Manuela Loddo me ajudaram a garantir o emprego e mudar de vida. Até a insegurança na hora da apresentação fica menor quando se tem um material sensacional para projetar."
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Universidade de Brasília
"A gente é suspeito por fazer propaganda em família. Mas a Manu tem me ajudado muito com as apresentações que faço no trabalho. Desde a estruturação dos assuntos até a organização visual. Uma boa apresentação facilita o apresentador e prende a atenção do público. Sempre recebo elogios pois todos acompanham com facilidade as apresentações. Obrigada, Manu!!!"
Carolina Loddo
Data Processing Engineer - EUMETSAT

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Resolvi oferecer o serviço a você, que anda levemente desconfiado de que tem gente dormindo durante suas apresentações. Viram os depoimen...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comece pelo começo

Cada postagem que faço neste blog me causa uma estranha sensação de escrever o óbvio. Na verdade, tudo o que pesquisei parece realmente óbvio. Talvez por isso passe despercebido. Tudo o que tenho escrito aqui está na nossa cara, a nossa vista, e simplesmente não vemos. Então, por que não explicitar e escancarar o óbvio? Agora, à vaca fria. Sotaque francês: "hoje falarremos de como inisssiar uma aprezentazon". Chique, não?

Se você é do tipo que inicia sua apresentação com o PowerPoint, pare agora e reflita um pouco. O que adianta abrir um software recheado de recursos e de sugestões de layout, se ainda não sabe direito o que vai falar? E se estiver "falando" por alguém, pior ainda.

Pare tudo. Desligue o computador. Pegue um bloco velho de papel. Ou então, retire folhas tamanho A4 de sua impressora (ela não vai reclamar), dobre duas ou quatro vezes, e rasgue-as na dobra. Eis aí seus slides em branco. Agora pegue uma caneta bem grossa e comece a rabiscar essas folhas de papel sem a menor pena. Escreva cada idéia que pretende comunicar em uma folha. Atenção: uma idéia por folha. Nada de slides carregados. Depois de escrever tudo, tente organizar em uma sequência lógica. Não tenha pena de jogar slides fora. Rasgue mesmo. Quanto menos, melhor. Pense em seu público. Quanta coisa pretende contar a eles em uma única apresentação? Coloque-se no lugar deles. Tenha mais piedade de sua platéia do que de seus slides sobrecarregados.

Espalhe sua apresentação numa mesa grande. Ou no chão. Olhe para ela. Veja se faça sentido. Isso se chama card sorting. Se falar bem rápido, vai ver que quem faz isso é um cara de sorte. Porque com ela, você ganha muito tempo. É uma técnica muito comum para organizar conteúdos projetos de websites. Agora você vai aplicá-la em projetos de apresentações. Pode lançar seus slides no PowerPoint, você terá ganho muito tempo com isso.

Nancy Duarte (veja o livro Slide:ology, ao lado) recomenda o menor formato de papel, post it mesmo, e a caneta mais grossa possível, pincel atômico mesmo. Isso vai exigir de você um esforço de simplificação desde o início.

Bom, esse papo careta é para a galera da minha geração. A geração Y provavelmente vai achar isso muito véi. Calma, geração Y, vai ter postagens pra vocês também. Se bem que meu tempo é bem mais lento do que o de vocês. E provavelmente irão ler (se é que alguém lê este blog) e dizer: já sabia disso.

Imagem: www.istockphoto.com

sábado, 26 de junho de 2010

Ways of Seeing

Este livro me foi apresentado por Rosemary Granville, minha orientadora de mestrado, em 1992. Por incrível que pareça, o livro tem a ver com arquitetura, arte e design, tanto é que é uma das bases bibliográficas de meu trabalho sobre design de apresentações. Também consultei o original de Walter Benjamin. Mas a essência do trabalho de Benjamin no que interessa a apresentações são suas reflexões sobre o poder da imagem sobre o das palavras, bem recortados em Ways of Seeing. Não a toa, neste livro deixo o link para a Wikipédia, em vez do site de alguma livraria. O trabalho merece. O velho jargão "uma imagem vale mais do que mil palavras" se aplica muito bem ao design de slides de apresentações. Ou seja, se você puder comunicar um conceito com uma imagem, e apoiar seu discurso com ela, não somente economizará tempo e paciência de sua platéia, como realmente conseguirá um vínculo emocional ao seu discurso racional. Segundo Godin (veja referência nos links deste blog) não adianta toda racionalidade se você não conquista pelo emocional. Assim, se quer convencer seu cliente, seus stakeholders ou quem quer que seja seu público, lembre-se de que o apelo emocional vem antes do racional. E que a imagem traz consigo a carga emocional que mil palavras de um discurso talvez não tragam.

E não são somente as imagens que trazem a carga emocional necessária à conquista do público. Dizem os especialistas que, se a platéia não for com a cara do apresentador, se não gostar de seu jeito de falar, de seu gestual, ou até de seu modo de vestir, adeus. Não há conexão. Não há comunicação. Neste caso, o discurso só servirá para irritar cada vez mais sua audiência. Resumo da ópera: o emocional vem muito mais rápido do que o racional. Não adianta você ser um Einstein do conhecimento, se não consegue se comunicar com empatia.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quantos slides por apresentação?

 Depende. Tudo é relativo. Você pode proferir uma linda palestra sem usar o PowerPoint. Se for capaz, talvez seja a melhor palestra de todo o evento. Mas pode usar o PowerPoint para ilustrar seu discurso. Mas lembre-se: tudo que for projetado tem um poder muito maior de captar a atenção das pessoas do que você próprio terá. Nós temos, na visão, um canal de entrada de informação poderosíssimo. O que nos aparece por esse sentido tem a força de buscar no nosso repositório da lembrança uma série de informações que farão sentido diferente para cada pessoa a cada imagem apresentada. Difícil de entender?

Então vamos tentar buscar a concretude dos irmãos Heath. Digamos que você irá falar sobre futebol. Sobre o Dunga, por exemplo, já que é o assunto da vez. Pode proferir um discurso sobre ele sem mostrar uma imagem dele. Pode falar bem. Pode falar mal. Pode só falar, sem apoio visual. Mas, digamos que queira enfatizar um aspecto positivo do Dunga. Falar bem. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo uma linda jogada. Enquanto ouvem sua voz, as pessoas apreciarão a imagem, sua estética, e resgatarão, na lembrança, as sensações boas que aquela imagem lhes causa. Digamos que queira, ao contrário, falar mal. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo cara feia, xingando, imagens captadas em momentos de raiva do atual técnico da seleção. Ao ver a imagem, enquanto você fala, é natural que as pessoas, desta vez, resgatem na sua memória momentos desagradáveis.

Em suma: tudo o que você fala pode ser amplificado em sua carga semântica dependendo da carga emocional da imagem projetada associada ao tom de seu discurso. Essa é a lógica da definição de quantos slides por apresentação. Pergunte a si mesmo: preciso usar imagens? Com que objetivo? Posso proferir um discurso inteiro com uma única imagem? Que reação desejo que cada imagem cause na platéia?

Lembre-se: a mesma história pode ser contada de diversos modos. Você pode falar bem... ou mal... de Dunga com nenhuma imagem, com uma única imagem ou com uma sequência delas. Cada formato escolhido causará um impacto emocional e consequentemente racional em sua platéia. É essa reflexão que determina a quantidade de slides em uma apresentação. Você pode ler a mesma fábula ilustrada ou não. Isso depende sempre de seu público e do objetivo da comunicação.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mensagens com imagens, metáforas visuais

Quando a mensagem é bem trabalhada, ela pode ser transmitida com sabedoria apenas ao se apresentar uma imagem bem escolhida. Foi o que ocorreu com os alunos da minha segunda oficina de design de apresentações. O tema da apresentação era árido: Como Liquidar um Banco. Com apenas três slides da apresentação dos alunos, tem-se uma idéia da história que foi narrada.

Imagens de gettyimages.com
(slides: Analice, Fábio, Climério, Emanoel e Felipe)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cuidado com a sobrecarga!

Ontem um colega a quem dei algumas orientações e que leu minha apostila mostrou-me uma apresentação que reformatou. Aconteceu com ele um processo parecido com o que ocorreu com alguns alunos de minha primeira oficina. Ficou extremamente empolgado com o uso de imagens. Ele conseguiu transformar uma apresentação visualmente sem graça em uma peça visual muito interessante. No entanto, focou somente na comunicação de mensagens com imagens. Não há fórmula para tudo. Mas há o bom senso. Tudo aquilo que sobrecarrega nossa percepção deve ser considerado. Assim, se sua apresentação tiver uma sobrecarga visual, pode apostar que sua platéia vai ficar perdida. O discurso visual também precisa de coerência e harmonia, de começo, meio e fim. Coloque-se sempre como se fosse membro de sua própria plateia. Sem máscaras. Não bata palmas para si mesmo, mas procure toda e qualquer oportunidade que  faça você ter vontade de vaiar. Esse é o primeiro passo para reconhecer se seu trabalho está bom, arregaçar as mangas e melhorá-lo!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como trabalhar o conteúdo de apresentações?

Hoje acrescentei mais dois livros que acho que são fundamentais para a construção do discurso. A Arte Poética, de Aristóteles, e Idéias que Colam, dos irmãos Heath. Aristóteles fala de muitos elementos fundamentais às boas narrativas. São elementos que tornam eternas algumas fábulas e outras narrativas épicas. Um deles é a surpresa. Para haver surpresa, é preciso haver ritmo. Apresentações são nada mais do que narrativas. Devem ser estruturadas como relatos, com princípio, meio e fim. E o que as torna eternas, memoráveis, diferentes? Um dos elementos é a surpresa. para Aristóteles, as grandes narrativas precisam de grandes mudanças, que façam como que o leitor ou a platéia fique emocionada, com pena, com raiva, enfim, que desperte algum sentimento profundo em relação à narrativa. Veja Édipo Rei, por exemplo: o sujeito era o máximo, descobriu o enigma da esfinge, salvou toda a cidade, casou-se com Jocasta, tornou-se rei do pedaço. De repente, a rainha é sua própria mãe. Que mudança radical! O livro dos irmãos Heath não é diferente. Fala de seis elementos comuns às boas narrativas, analisadas nos discursos e nos processos pedagógicos de grandes professores americanos: simplicidade, surpresa, concretude, credibilidade, sentimentos e relatos. Esses princípios, aplicados a apresentações, tem o poder de construir apresentações fantásticas e inesquecíveis!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Livro de Stephen Kosslyn

Este livro é um dos pilares de meu trabalho de conclusão de curso. Kosslyn é um gênio da cognição. Conhece a fundo o funcionamento do cérebro humano e neste livro aplica oito princípios de design e cognição ao caso específico de elementos de apoio visual a apresentações. Ou seja: otimize as imagens de suas telas de PowerPoint. Os princípios ajudam a entender a melhor forma de exibir imagens, desde conceitos abstratos, como diagramas explicativos, até conceitos concretos, brilhantemente exemplificados com gráficos. São excelentes as dicas sobre gráficos de pizza, de barras e de linhas. Clique sobre a imagem e leia o review do livro no site da editora (Oxford University Press). Boa leitura!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Bem vindo a este blog!

Resolvi compartilhar na web um aprendizado que acredito que possa ajudar muita gente que faz apresentações. Se você é daqueles que acha que é perda de tempo elaborar apresentações em PowerPoint, tenho pena de sua platéia. Se for usar o PowerPoint, navegue por aqui de vez em quando para aprender um pouco. Tenho certeza de que seu tempo será bem utilizado. Os três livros ao lado são os primeiros de uma série de dicas que vou publicar aqui aos poucos. Edward Tufte é professor em Yale, e ao lado incluo seu paper The Cognitive Style of Powerpoint. O autor é absolutamente cético em relação ao uso massificado dessa ferramenta, e tem lá sua razão. Ele chega a culpar a ferramenta por decisões equivocadas, tais como a explosão de uma nave espacial americana (Challenger) na década de 80. Tufte é especialista em análise de informação complexa, com múltiplas variáveis. Ele apresenta cinco princípios que denomina de design analítico da informação, dos quais falarei em futuras postagens. Sinta-se à vontade para ler da fonte, que é bem melhor! Os dois autores que seguem, Nancy Duarte e Garr Reynolds, são especialistas em design de apresentações. Vivem disso. E suas dicas são preciosas. Ambos oferecem uma gama enorme de outras fontes bibliográficas, que também alimentarei neste espaço, à medida que o tempo me permitir. Por enquanto, vá curtindo minha seleção de links, ao lado, e inicie pelo paper de Seth Godin, Really Bad PowerPoint. Só com ele você já terá outro olhar sobre suas próprias apresentações!