Depende. Tudo é relativo. Você pode proferir uma linda palestra sem usar o PowerPoint. Se for capaz, talvez seja a melhor palestra de todo o evento. Mas pode usar o PowerPoint para ilustrar seu discurso. Mas lembre-se: tudo que for projetado tem um poder muito maior de captar a atenção das pessoas do que você próprio terá. Nós temos, na visão, um canal de entrada de informação poderosíssimo. O que nos aparece por esse sentido tem a força de buscar no nosso repositório da lembrança uma série de informações que farão sentido diferente para cada pessoa a cada imagem apresentada. Difícil de entender?
Então vamos tentar buscar a concretude dos irmãos Heath. Digamos que você irá falar sobre futebol. Sobre o Dunga, por exemplo, já que é o assunto da vez. Pode proferir um discurso sobre ele sem mostrar uma imagem dele. Pode falar bem. Pode falar mal. Pode só falar, sem apoio visual. Mas, digamos que queira enfatizar um aspecto positivo do Dunga. Falar bem. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo uma linda jogada. Enquanto ouvem sua voz, as pessoas apreciarão a imagem, sua estética, e resgatarão, na lembrança, as sensações boas que aquela imagem lhes causa. Digamos que queira, ao contrário, falar mal. Enquanto fala, mostre uma imagem de Dunga fazendo cara feia, xingando, imagens captadas em momentos de raiva do atual técnico da seleção. Ao ver a imagem, enquanto você fala, é natural que as pessoas, desta vez, resgatem na sua memória momentos desagradáveis.
Em suma: tudo o que você fala pode ser amplificado em sua carga semântica dependendo da carga emocional da imagem projetada associada ao tom de seu discurso. Essa é a lógica da definição de quantos slides por apresentação. Pergunte a si mesmo: preciso usar imagens? Com que objetivo? Posso proferir um discurso inteiro com uma única imagem? Que reação desejo que cada imagem cause na platéia?
Lembre-se: a mesma história pode ser contada de diversos modos. Você pode falar bem... ou mal... de Dunga com nenhuma imagem, com uma única imagem ou com uma sequência delas. Cada formato escolhido causará um impacto emocional e consequentemente racional em sua platéia. É essa reflexão que determina a quantidade de slides em uma apresentação. Você pode ler a mesma fábula ilustrada ou não. Isso depende sempre de seu público e do objetivo da comunicação.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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